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Presidente do União Brasil em MG diz que federação com PP terá como foco uma candidatura de direita no Estado em 2026: "É impossível caminharmos em uma coligação com o PT"

O presidente do União Brasil em Minas Gerais, deputado federal delegado Marcelo Freitas, defendeu, em entrevista ao Café com Política, exibido nesta segunda-feira (4/8) no canal de O TEMPO no YouTube, que a federação entre União Brasil e PP caminhe com uma candidatura de direita nas eleições do próximo ano no Estado, afastando a possibilidade de que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seja uma das apostas das siglas para o pleito de 2026. Pacheco tem sido apontado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma das apostas de aliança do PT em Minas. Nas últimas agendas de Lula no Estado, o senador tem dividido palanque com o presidente, animando aliados que viam, até então, com desconfiança uma possível candidatura do senador ao Palácio Tiradentes.

"O Rodrigo Pacheco é uma pessoa com quem eu mantenho uma relação de respeito e amizade. Mas, tendo em vista a posição dos filiados do União Brasil e do próprio PP, não têm a menor condição de caminharmos em uma coligação que contemple o PT formalmente em sua composição. É impossível a possibilidade de uma coligação com o PT. O partido vai caminhar, seja em âmbito nacional ou estadual, em uma coligação que transite para o aspecto da direita", afirmou o presidente do União Brasil em Minas Gerais.

Conforme publicado por O TEMPO, o apoio de Lula à eventual candidatura de Pacheco ao governo de Minas Gerais em 2026 não estaria condicionado à presença do PT na chapa. O ex-presidente do Congresso Nacional já teria sinalizado a aliados que o partido pode ficar fora da composição, caso ele seja candidato. A intenção do ex-presidente do Congresso seria encabeçar uma chapa ao centro, como fez o ex-prefeito Fuad Noman (1947–2025) ao se candidatar à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024. Sem o PT, pessoas próximas a Pacheco acreditam que o senador teria espaço para atrair partidos do centro e da centro-direita, como a federação União Brasil–PP. A estratégia é calculada para desidratar a candidatura do vice-governador Mateus Simões (Novo). Filiado ao PP, o secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro, é pré-candidato ao Senado na chapa encabeçada por Simões.

Segundo o presidente do União Brasil em Minas Gerais, as decisões da federação no Estado serão tomadas "em sintonia com os diretórios estaduais do PP e do União Brasil", mas com "chancela da Executiva Nacional". "Nós já temos conversas avançadas com o diretório estadual e com o presidente do PP, além do presidente do União Brasil, no sentido de que a gente trabalhe com um partido mais à direita. A proposta, tanto em Minas quanto no Rio de Janeiro e em São Paulo, é de que as decisões sejam tomadas sem que haja um comando estadual unificado, porque são estados que guardam a relevância de uma densidade eleitoral muito grande, razão pela qual a Executiva Nacional não abre mão dessa prerrogativa de chancelar os acordos feitos", afirmou Freitas.

De acordo com o parlamentar, o União Brasil e o PP ainda estão negociando sobre um eventual apoio a uma candidatura em Minas Gerais. “Ainda não tem nome. As conversas estão acontecendo. Nós temos tido vários diálogos com o Mateus Simões, com o governador Romeu Zema, com o Marcelo Aro, que é secretário de Governo, com o próprio Rodrigo Pacheco, com Cleitinho e com o Euclydes Pettersen. São pessoas com quem mantemos um diálogo muito ativo”, pontuou. "Essas negociações vão se afunilar mais adiante, e certamente nós iremos fazê-lo em sintonia com a Executiva Nacional do partido. Mas, repito: a posição hoje do partido, seja em âmbito estadual ou nacional, é de caminhar em sintonia com a direita do nosso país", completou o deputado.

Deputado defende participação de Álvaro Damião na montagem de chapas para 2026
Durante a entrevista, o presidente do União Brasil no Estado defendeu ainda a participação do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), na composição eleitoral para 2026. “O Álvaro Damião é uma pessoa com quem nós mantemos um diálogo bastante satisfatório e uma pessoa que vai nos ajudar muito, especialmente na composição da chapa para a eleição de 2026”, avaliou.

Questionado sobre a presença do União Brasil na prefeitura da capital, Marcelo de Freitas minimizou as alianças feitas por Damião. Segundo ele, “o gestor municipal precisa buscar, fazer uma composição que permita que ele consiga ter governabilidade". "Eu acho que isso o Álvaro tem feito, tem buscado montar um governo de coalizão, já que ele não foi o prefeito eleito. Ele assumiu a prefeitura após a lamentável perda do prefeito eleito Fuad Noman”, disse o deputado, que garantiu que o diretório estadual do União Brasil não tem a intenção de indicar qualquer nome ao Executivo municipal.

"O que nós queremos é que o prefeito de Belo Horizonte, nessa visão republicana de composição com os partidos, nos ajude na composição da chapa proporcional para as eleições de 2026, permitindo que o União Brasil, juntamente com o PP, tenhamos a chapa mais robusta possível para que possamos eleger, no ano que vem, uma quantidade considerável de deputados estaduais e deputados federais, fortalecendo o partido", destacou.

Correligionário de Caiado, presidente do União Brasil em MG defende candidatura de Tarcísio a presidência em 2026 

Sobre a disputa presidencial, Marcelo Freitas se posicionou em favor do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar de o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), já ter colocado seu nome na disputa. “Temos um sonho de consumo, e eu não tenho receio algum em dizer que o nosso sonho de consumo é que, quem sabe, a gente consiga transitar com uma candidatura que possa ter, na majoritária nacional, por exemplo, o Tarcísio Gomes de Freitas, que, a nosso sentir, é o nome mais preparado para ser o próximo presidente da República em nosso país”, defendeu o deputado.

Para ele, os nomes dos governadores de Goiás, de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), podem fazer parte de uma composição com Tarcísio. Freitas cita ainda a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). “Obviamente, não se exclui nenhuma composição. Não há nenhuma distorção e nenhuma mácula (sobre a pré-candidatura do Caiado), porque ele se apresentou à bancada federal e pleiteou à bancada federal, de maneira muito humilde. Se ele se viabilizar, é perfeitamente possível que o União Brasil o apoie”, minimizou o deputado sobre qualquer mal-estar com Ronaldo Caiado.

Sobre a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de manter seu nome na disputa, apesar de estar inelegível, Marcelo de Freitas considera a estratégia "salomônica". “Enquanto, por exemplo, Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior e o próprio Caiado se mantêm um pouco mais distantes da cena nacional, obviamente, eles levam menos porrada. É muito comum, especialmente por parte do PT, termos aquilo que a gente chama de assassinato de reputações”, avaliou.

Presidente do União Brasil em MG defende desembarque do governo Lula e diz que atuais cargos são de cota pessoal e não institucionais

O presidente do União Brasil em Minas Gerais defendeu a saída da legenda dos cargos do primeiro escalão do governo Lula. Atualmente, a federação entre União Brasil e PP tem quatro ministérios. Em entrevista ao Café com Política, exibido nesta segunda-feira (4/8) no canal de O TEMPO no YouTube, o deputado federal Marcelo de Freitas (União) afirmou que é necessário que haja uma "completa independência" em relação ao governo federal.

Questionado sobre os cargos já ocupados pelos partidos no primeiro escalão do governo Lula, Freitas minimizou. “São convites pessoais. Não se trata de indicação institucional do partido. São parlamentares que foram especificamente convidados pelo presidente da República, ...