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Alguém te olhou torto? Talvez nem tenha te visto.

Falou seco? Pode ter acabado de ouvir uma notícia ruim.

Te ignorou? Pode estar tentando segurar o próprio mundo.

A verdade? A gente só vê pedaços.

Frestas.

Sombras.

A vida do outro é um lugar onde ninguém mais entra por inteiro.

E ainda assim, a mente corre.

“Será que foi comigo?”

“Será que fiz algo errado?”

E pronto.

O que era um gesto vago vira dor certa.

Uma mágoa que nem deveria existir.

Levar tudo para o lado pessoal é como colocar o próprio nome em cartas que nem são suas.

Um peso que não te pertence.

Um veneno que bebe sozinho.

Aprender a soltar isso é um dos hábitos mais saudáveis que se pode ter.

Não é fraqueza.

É força.

É escolher respirar em vez de revidar.

É olhar além da sua dor.

Porque às vezes o outro só está cansado.

Às vezes você também.

E tudo bem.

Nem todo silêncio é recado.

Nem toda cara feia é crítica.

Nem todo afastamento é culpa.

Tem coisa que não tem nada a ver com você.

E isso, quando se entende de verdade, liberta.