
Em 1999, o já polêmico Lobão brigou com as gravadoras e lançou o CD "A Vida É Doce" com uma estratégia inédita, utilizando bancas de jornais, sites da internet e megastores como pontos de venda, numerando os CDs e desvinculando o lançamento das grandes gravadoras.
Um Cd diferente de tudo o que Lobão fez nos anos 80. E um dos melhores discos de música brasileira dos anos 90 apesar daquele clima eletrônico das canções. Mas tem bossa nova, tem Zeca Baleiro, tem Ipanema... Um soco no estomâgo. Vide as letras abaixo. Eu particularmente acho a música “A Vida é Doce" a melhor música do Cd e das melhores do Lobão.
Um Cd insuperável até pelo próprio Lobão.
Músicas deste episódio:
El Desdichado II
A Vida é doce
Vou te levar
Mais uma vez
El Desdichado II
Eu sou o Tenebroso, o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,
o Sol negro
da melancolia
Eu sou Ninguém, a Calma sem alma
que assola, atordoa e vem
No desmaio do final de
cada dia
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
O samba-sem-canção, o Soberano
de toda a alegria que existia
Eu sou a Contramão da contradição
Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião Pra traficar
o meu futuro por um inferno mais tranquilo
Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será
que me detém?
Eu sou o Poderoso, o Bababã,
o Bão! Eu sou o sangue,
não!Eu sou a Fome! do homem
que come na brecha da mão de quem vacila
Eu sou a Camuflagem que engana o chão
A Malandragem que resvala de mão em mão
Eu sou a Bala que voa pra sempre, sem rumo,
perdida
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
Eu sou o Morro, o Soberano, a Alegoria
que foi a minha vida
Eu sou a Execução, a Perfuração
O Terror da próxima edição dos jornais
Que me gritam, me devassam e me silenciam.
A vida é doce
Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava
alento no
Seu último vestígio, no território, da sua presença
Impregnando tudo tudo que
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone não
Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava
alento no
Seu último vestígio, no território, da sua presença
Impregnando tudo tudo que
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone não
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirênes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram tão depressa,
Tão depressa, tão depressa
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirênes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram depressa,
depressa demais
A vida é doce, depressa demais.
A vida é doce, depressa demais.
A vida é doce, depressa demais.
E de repente o telefone toca e é você
Do outro lado me ligando, devolvendo minha insônia
Minhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa
mais brega
Que pousou na tua sopa. Me perdoa daquela expressão
pré-fabricada
De tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem
funciona
E de repente o telefone toca e é você
Do outro lado me ligando, devolvendo minha insônia
Minhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa
mais brega
Que pousou na tua sopa. Me perdoa daquela expressão
pré-fabricada
De tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem
funciona
me perdoa a vida é doce
me perdoa a vida é doce
Me perdoa, me perdoa, me perdoa
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirênes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram tão depressa,
Tão depressa, tão depressa
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirênes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram depressa,
depressa demais
A vida é doce, depressa demais
A vida é doce, depressa demais...
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