
Podcast e réplicas por Mari e Thiago.
Comentários por Ângelo.
Ângelo é jornalista, frequentador assíduo do Matrix e fã número um deste podcast, simplesmente por ter nos elogiado e demonstrado interesse por fazer parte – afinal, temos que reconhecer e considerar aqueles que nos reconhecem e consideram. Define-se como meio rabugento. Definimo-os como meio rabugento, meio calabresa.
1.Weezer - Susanne
Â. Escutei umas cinco vezes, mas não me animei. Não sou um cara muito Weezer, pra falar a verdade. Não é uma música que provoca algum comentário, bom ou ruim. Gostava muito de Buddy Holly no começo, porque a música era legal e me fazia lembrar de Happy Days, que via todo sábado de manhã quando era pequeno. Mas cansei de tanto escutar. Say It Ain't So eu acho legalzinha. Island in the Sun é a minha preferida, mas passei a vida inteira achando que era Nirvana.
T. Eu nunca vi Happy Days. Já curti Weezer, na época do álbum azul e do Pinkerton. Depois desandou totalmente e eu deixei de curtir no geral. Nirvana eu sempre curti e sou incapaz de confundir com Weezer. Esta música deles também me dá essa impressão: nem fede nem cheira. Trilha sonora de qualquer coisa.
M. Sempre achei Weezer bem legal, mas com um som reconhecidamente fácil de gostar. Minha única bronca a respeito da banda foi ter rendido réplicas de Rivers Cuomos a cada esquina. Island in the Sun é bacana mesmo...mas daí a parecer Nirvana? Sei não... por mais que eu tente (e bem mais de 5 vezes) não consigo imaginar o Kurt Cobain cantando algo próximo de um “hep hep” na introdução de alguma musica. Weezer é felizinho demais pra ser grunge.
2. Rolling Stones - She's a Rainbow
Â. Essa nasceu pra ser trilha de alguma coisa alegre. Logo me vem à cabeça o comercial do iMac. Por tabela, lembro de drops Dulcora e daquele comercial de uma marca de TV que fez sucesso no YouTube, em que eles jogam um monte de bolinhas coloridas numa ladeira em São Francisco. Podia também substituir Simon and Garfunkel no final de A Primeira Noite de um Homem, quando o Dustin Hoffman e a Katharine Ross fogem da igreja pra pegar o ônibus. Enfim, pra escutar quando tudo parece ter dado certo. E sair saltitando em câmera lenta. Gosto muito do pianinho no começo, e o violino (?) desafinado no final lembra o começo de The Caterpillar, do The Cure.
T. Eu conheci essa música na propaganda do iMac, em 1.999. Uma pena. Ela fez muita falta na minha vida ao longo dos anos 90. É tão boa que não quer acabar, precisa de um fim brusco. Se não fosse assim, poderia durar para sempre.
M. Essa musica realmente significa tudo o que pretende. Tem todas as tonalidades, velocidades, emoções, pianinhos e ulalas-ulalalalas que só uma garota que carrega todas as cores do mundo consigo mereceria.
3. Blonde Redhead - 23
Â. Das cinco músicas, foi a que mais "grew on me", como costumam dizer. O La la la la la la, junto com esse vocal etéreo, é bem hipnótico, vicia. O Blonde Redhead é um mistério pra mim, uma dessas bandas com muito tempo de estrada e que só começaram a ser "descobertas" agora. Eu mesmo só conhecia de nome dos catálogos que vinham nos CDs da Touch and Go. Mas gostei bastante. Tem umas japas na banda, não?
T. Quem costuma dizer “grew on me”? Vou poupar os inocentes da tradução. É o tipo de coisa que parece que pega mal.
M. Embora tenha uma melodia boa, esse vocal me dá um certo bodezinho. Parece que ela tenta, tenta, mas nada acontece. Lala lala lalalas o tempo inteiro? A Kazu (sim, a japa vocalista) bem que podia preencher essas crises criativas com uhuh uhuhus, panã panã nanãs...sei lá! Se vira, coração. Sugiro uma vaquinha com os poucos (mas freqüentes) visitantes desse blog – com depósito na minha conta corrente – pra ela tomar umas aulas com a Karen O, do Yeah Yeah Yeahs.
4. Los Hermanos - Além Do Que Se Vê
Â. Gostei dos metais, e só. Não conheço praticamente nada de Los Hermanos, mas tenho certeza de que já escutei pelo menos uma música mais legal deles. Tenho uma certa aversão, e nem é por causa da música. É pelas crias que gerou. Tenho um bode parecido com The Who, por causa dos rebeldes de butique influenciados pelo Keith Moon. Ah, uma vez vi o Marcelo Camelo no Genésio e ele me pareceu meio sujo.
T. O Genésio ou o Marcelo? Bom, não dá pra culpar uma banda pelas crias. Se eu pensasse assim, por causa de Oasis eu nunca ouviria Beatles.
M. Camelos costumam mesmo ser sujos. Falta d’agua, sabe como é...
5. Menomena - The Late Great Libido
Â. Essa banda é meio queridinha dos indies, né? Vejo em tudo quanto é blog de música. Tenho uma faixa deles no iTunes, Wet and Rusting, mas essa é mais legal. Sou sempre a favor de xilofone e saxofone, mas não foi o suficiente pra dar vontade de baixar o disco inteiro.
T. Também sou a favor de xilofone e saxofones. Nesse caso, foi o suficiente pra eu baixar dois discos inteiros.
M. Já eu sou a favor de que eles, sendo uma banda tão bacaninha, mudem de nome. Menomena não dá. A palavra é desengonçada, muito “m” e muito “n” em pouco espaço. Fica mole, despenca, me lembra gelatina. E gelatina tem aquela consistência estranha....sempre que coloco na boca fico me perguntando se aquilo realmente foi feito pra comer.