Hoje falamos de um dos mais especiais e extraordinários fins da comunicação: educar.
Desde o útero até ao fim.
Da mãe até aos bisnetos, todos temos a sorte e a necessidade de aprender com todos.
Mas o ser humano, na sua infinita criatividade, e a chamada revolução industrial, quis que todos aprendêssemos, formalmente, na escola, da maneira mais massificada e impessoal que se conseguiu.
O resultado está à vista.
Estamos a formar mais peças de fábricas do que cidadãos.
Mas este programa não é sobre o que correu mal.
É mais sobre a esperança de mudança.
Com quem já fez e continua a fazer pequenas revoluções na educação.
Sim, há maneiras diferentes de fazer.
TÓPICOS DE CONVERSA:
A falência do sistema educativo (00:00:12) Discussão sobre a abordagem massificada e impessoal da educação formal, resultando na formação de "peças de fábricas".
A importância da mudança radical na educação (00:03:55) Abordagem sobre a necessidade de uma mudança radical no sistema educativo, destacando a importância de uma abordagem integral e personalizada para a educação.
A visão da Escola da Ponte (00:12:30) Exploração dos princípios e história da Escola da Ponte, destacando a importância da relação entre professores e alunos e a necessidade de uma nova educação centrada no aluno.
A necessidade de uma nova educação (00:15:57) Discussão sobre a necessidade de uma nova educação integral, centrada na relação e na aprendizagem significativa, destacando movimentos de integração e mudança na educação.
O futuro da educação (00:17:06) Apelo para a subscrição do podcast e a importância do apoio para encontrar e convencer novos comunicadores para gravar programas.
O tempo do ensino clássico (00:17:35) Discussão sobre o ensino tradicional e sua insatisfação por parte de alunos, professores e comunidade.
A necessidade de mudanças na educação (00:18:20) Abordagem sobre a necessidade de uma abordagem integral e personalizada na educação.
A formação de professores (00:18:49) Reflexão sobre a formação de professores e a necessidade de uma nova abordagem.
A nova educação (00:20:00) Visão do Professor José Pacheco sobre a necessidade de uma nova educação e sua experiência em diferentes comunidades.
A situação da educação em Portugal (00:21:20) Comparação da educação em Portugal com outros países e críticas ao sistema educativo.
A mudança na educação (00:23:05) Discussão sobre a necessidade de mudanças na educação e a introdução de um novo modelo.
A transformação da educação (00:25:05) Abordagem sobre a transformação da educação, envolvendo professores, comunidades e valores.
O paradigma da instrução (00:26:24) Reflexão sobre o paradigma da instrução e a necessidade de uma nova abordagem na educação.
A organização da escola (00:31:20) Exploração da organização da escola e a definição de uma nova ordem baseada em valores e convivência.
A influência dos professores na infância (00:33:08) O impacto de diferentes professores na vida do Professor José Pacheco e sua formação.
A importância de uma pergunta (00:34:19) A influência de um padre que ensinou a importância de fazer perguntas e buscar respostas.
Influência de professores na adolescência (00:35:20) O papel de um professor de língua portuguesa e história universal e de uma professora de francês na vida do Professor José Pacheco.
A abordagem individualizada na educação (00:37:33) A história de um jovem com síndrome de down que encontrou na Escola da Ponte uma abordagem personalizada e alcançou sucesso.
Desenvolvimento do senso crítico na educação (00:39:18) A importância de desenvolver o senso crítico e habilidades de pesquisa, seleção e comunicação de informações na educação.
Hoje não há aula.
A professora não veio. Ou ainda não veio. Ou não aberto o concurso. Ou esgotou-se.
Hoje há aula, mas o tema parece profundamente desinteressante.
Os conteúdos são despejados nos ouvidos dos alunos.
O objetivo e passar no teste. Sobreviver à média.
Como numa fábrica, fazer o que há para fazer. De forma mecânica. Não criativa. Não curiosa. Quase não humana.
Depois vem o teste que procura o Santo Graal do conhecimento empinado, mas raramente apreendido.
Decora Jorge, decora. Não penses muito. É só para fazer.
Mais uma vez sem nenhuma emoção que não o medo de chumbar.
Quem chumba é colocado simbólica ou realmente nas últimas filas.
Como quem já não interessa para a média. Para a forma criada.
As mais das vezes acusado de não querer aprender.
Mas quase ninguém se pergunta por quê?
E por isso recordo com magia o contrário disto tudo:
O professor de filosofia que queria ser chamado de Sócrates porque sabia ser a sua alcunha nos corredores. E que nas aulas usava os filósofos para nos divertir ou estimular a curiosidade.
O Professor Sócrates fazer uns testes intercalares notáveis. O último deles tinha uma única pergunta: “O que não sabes de filosofia e queres aprender?”
Não chumbou ninguém. Todos aprendemos muito.
E tudo fazia sentido. A dúvida, a curiosidade, a comunicação humana em movimento.
A juntar aos poemas em francês da professora que gostava de Brel. Ou a Professora de português que trazia pedaço de Pessoa ou Sophia de Mello Breyner, que nem estavam no programa, para nos guiar para o melhor Camões.
Foram exceções. Mágicas e únicas que ficaram escritas há 35 anos.
Quase tão fortes como aquela ciência oculta chamada matemática onde 70% dos alunos tirava notas miseráveis e toda a gente achava normal.
Tal como hoje. Metade de uma turma do secundário tira negativa e ninguém parece achar isto inaceitável. O que se passa? São os currículos? São as aulas? É o quê?
Os resultados do índice PISA, que mede o sucesso escolar, caem em comparação com outros países. Algo não está a funcionar bem.
“A educação precisa de uma mudança radical”. Esta frase não é minha.
Esta frase resume aquilo que o Professor José Pacheco defende há 50 anos.
Ele fundou a escola da Ponte em 1976.
E abriu a possibilidade se experimentar uma nova forma de escola. Um novo modelo educativo.
Não centrado nos currículos formais e rígidos. Tão-pouco centrado nos professores.
Talvez nem mesmo centrado nos alunos.
É uma escola centrada nas relações afetivas entre toda uma comunidade.
O Professor José Pacheco, quer uma mudança radical.
E diz, nesta conversa, que o modelo de escola, em particular a escola pública, falhou.
Atribuindo a responsabilidade a toda a sociedade. Todos somos culpadas pela estagnação da educação.
Um modelo que não mudou desde a sua invenção nos séculos XVIII e XIX, e por isso tornou-se irrelevante no mundo atual.
O foco na aprendizagem mecânica, nos testes estandardizados e num currículo rígido não dá resposta às necessidades holísticas dos alunos.
E como se muda isto?
Ele defende a necessidade de uma educação integral que englobe não só as disciplinas académicas, mas também os domínios sócio-afetivos e sócio-emocionais.
Acredita na humanização da educação, em que os alunos são vistos como indivíduos com necessidades e interesses únicos. Esta abordagem requer uma mudança do atual modelo de tamanho único para um sistema mais personalizado e inclusivo.
O sucesso da Escola da Ponte e de outros modelos de educação alternativa na América do Sul, no Brasil, na Argentina e no Chile, mostra a eficácia desta nova abordagem.
Ao dar prioridade à relação entre professor e aluno e ao criar um ambiente educativo que promove a aprendizagem holística, estas escolas produzem indivíduos completos que são não só academicamente proficientes, mas também social e emocionalmente competentes.
Para conseguir isso, defende, é necessária uma mudança radical.
A educação deve centrar-se nas necessidades e interesses individuais dos alunos, em vez de tentar encaixá-los num molde padronizado.
Os currículos devem ser flexíveis e relevantes, permitindo aos alunos explorar as suas paixões e desenvolver competências aplicáveis ao mundo real.
As avaliações devem ser autênticas e variadas, medindo não só os conhecimentos académicos, mas também a criatividade, o pensamento crítico, a resolução de problemas e a colaboração.
Em Abril volta do Brasil, onde trabalha, para estimular uma comunidade de diretores de escolas públicas para recriar o modelo educativo português.
Para quem o quiser encontrar e ouvir.
Também pode ser encontrado, por mensagem do WhatsApp usando este número de telefone: +5561999295905
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JORGE CORREIA (00:00:12) - Vivam! Bem vindos ao Pergunta Simples o vosso Podcasts sobre Comunicação. Hoje falamos de um dos mais especiais e extraordinários fins da comunicação educar e educar, desde o útero até ao fim da mãe até aos bisnetos. Todos temos a sorte e a necessidade de aprender com todos, mas o ser humano, na sua infinita criatividade e a chamada revolução industrial, quis que todos aprendêssemos formalmente na escola, da maneira mais massificada, aborrecida e impessoal que conseguiu. O resultado está à vista Estamos a formar mais peças de fábricas do que cidadãos. Mas este programa não é sobre o que correu mal. É mais sobre a esperança de mudança, o aprender sempre, o aprender bem, o aprender com curiosidade para aprender com quem já fez e continua a fazer pequenas revoluções na educação. Sim, há maneiras diferentes de fazer e há maneiras de educar melhor. Vamos ao programa. Vamos a isso. Hoje não há aula, a professora não veio, ou ainda não veio, ou ainda não abriu o concurso ou esgotou se hoje a aula. Mas o tema parece profundamente desinteressante.
JORGE CORREIA (00:01:36) - Os conteúdos são despejados nos ouvidos dos alunos. O objectivo é passar no teste e sobreviver à média, como numa fábrica. Fazer o que há para fazer de forma mecânica, não criativa, não curiosa, quase não humana.