O conselho que sempre ouvimos foi: antes de falar, pense.
Normalmente acompanhado de alguma história mais ou menos lendária de alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis da plateia.
Esta edição é para todos os que tem capacidade de comunicar e vontade de pensar.
De pensar bem. Neste caso da arte do pensamento crítico. Com José Maria Pimentel.
Pensar bem é difícil. Mas alguém tem de o fazer.
Até diria mais: todos temos de o fazer.
O mundo está cada vez mais confuso. Somos bombardeados por informação constantemente, por todos os lados. Mas entre tanta notícia, opinião e ruído, há uma pergunta que vale a pena fazer: estamos a pensar bem? Estamos a tomar boas decisões? Estamos a ver o mundo como ele realmente é – ou apenas como queremos que ele seja?
O nosso convidado de hoje dedica-se a responder precisamente a estas questões. José Maria Pimentel é economista, professor e autor do podcast 45 Graus, um espaço de reflexão onde tenta fazer o que as redes sociais e os debates televisivos raramente fazem: parar para pensar.
Nesta conversa, falamos de pensamento crítico – essa coisa difícil, mas essencial, que nos obriga a questionar aquilo que sabemos e a forma como chegamos às nossas conclusões. Falamos de como a escola, sem querer, pode estar a treinar-nos para aceitar respostas fechadas, em vez de nos ensinar a pensar por nós próprios. Falamos das redes sociais e do efeito bolha, que nos leva a ouvir apenas quem confirma aquilo em que já acreditamos.
E falamos, claro, de decisões. Porque pensar bem não é um exercício teórico. Na vida real, tomamos decisões todos os dias – algumas pequenas, outras enormes. Mas será que sabemos mesmo decidir? Será que conseguimos resistir à pressão, à pressa, ao ruído, ao ego? Será que conseguimos, de facto, ver a realidade como ela é – e não apenas como gostaríamos que fosse?
José Maria Pimentel explica porque é que nem sempre o argumento mais sonante é o mais forte. Porque é que nem sempre o especialista tem razão – mas também porque é que confiar cegamente no primeiro influencer que nos aparece no feed pode ser um erro monumental.
Falamos também da inteligência artificial. Vamos confiar nela para pensar por nós? Ou será que, ao automatizar tarefas, a IA nos está a deixar apenas com os problemas realmente difíceis, aqueles que nenhuma máquina pode resolver por nós?
E, claro, falamos de podcasts. Do 45 Graus, um projeto que nasceu da necessidade de ter conversas mais pausadas, mais fundamentadas, menos apressadas. Um espaço onde a pressa dá lugar à profundidade e onde as perguntas são mais importantes do que as respostas fáceis.
Se gosta de pensar – e de pensar bem – esta conversa é para si.
No Pergunta Simples, exploramos os desafios da comunicação e do pensamento. Neste episódio, José Maria Pimentel ajuda-nos a perceber porque é tão fácil cairmos em armadilhas mentais e porque é tão difícil pensar de forma verdadeiramente crítica. Entre a lógica, a emoção e a desinformação, há um campo de batalha onde cada um de nós precisa de aprender a mover-se melhor.
Falámos de argumentação, de vieses cognitivos, do impacto das redes sociais e da dificuldade em distinguir factos de narrativas. E falámos de decisões – essas escolhas que fazemos todos os dias, quase sempre sem tempo para refletir. Pensar bem é como comunicar bem: dá trabalho, mas será que podemos dar-nos ao luxo de não o fazer?
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
0:13
Vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.
O conselho que sempre ouvimos foi, antes de falar, pensa normalmente acompanhado.
De alguma história mais ou menos lendária?
De alguém que falou de mais, que disse o inconveniente ou que foi demasiado vocal para os ouvidos sensíveis de uma plateia que tem, no fundo, o coração ao pé da boca?
0:36
Nesta edição, é para todos aqueles que têm capacidade de comunicar e vontade de pensar, de pensar bem.
Neste caso, de aprender um pouco mais sobre a arte.
Do pensamento crítico.
0:59
Pensar bem é difícil, mas alguém tem de o fazer a teatiria mais.
Todos temos de o fazer.
O mundo está cada vez mais confuso.
Já o notaram?
Somos todos bombardeados por informação a toda a hora, de todos os lados, mas entre tanta notícia, opinião e ruído.
1:16
Há uma pergunta que vale a pena fazer, estamos a pensar bem?
Estamos a tomar boas decisões?
Estamos a ver um mundo como ele realmente é ou apenas como queremos que ele seja?
O nosso convidado de hoje dedica se a responder precisamente a estas questões.
1:31
José Maria Pimentel é economista, professor e autor de um podcast ou 45°, um espaço de reflexão onde tenta fazer o que as redes sociais e os debates na televisão raramente fazem.
Parar para pensar nesta conversa, falamos do pensamento crítico, essa coisa difícil, mas essencial, que nos obriga a questionar sobre aquilo que sabemos e a forma como chegamos às nossas conclusões.
1:57
Falamos de como escola sem querer pode estar a treinar nos para aceitar respostas fechadas ao invés de nos ensinar a pensar pela nossa própria cabeça.
Falamos das redes sociais, falamos do efeito da bolha que nos leva a ouvir apenas.
Quem confirma aquilo em que já acreditamos?
2:14
E falamos, claro, de decisões, porque pensar bem não é só um exercício teórico na vida real, tomamos decisões todos os dias, algumas pequenas, outras gigantescas.
Mas será que sabemos mesmo decidir?
Será que conseguimos resistir à pressão, à pressa, ao ruído, ao ego?
2:32
Será que conseguimos, de facto, ver a realidade Como Ela É e não apenas?
Como gostaríamos que fosse.
O José Maria Pimentel explica porque é que nem sempre o argumento mais sonante é, afinal, mais forte, porque é que nem sempre o especialista tem razão ou mais razão na esfera pública, mas também porque confiar segmento no primeiro influencer que nos aparece no feed pode ser, afinal, um erro monumental.
2:57
Falamos também da inteligência artificial, vamos confiar nela para pensar por nós ou será que ao automatizar tarefas?
A inteligência artificial nos está a deixar apenas com os problemas realmente difíceis aqueles que nenhuma máquina pode resolver por nós.
3:13
E, claro, falamos de podcasts.
Afinal, isto foi uma conversa entre podcasts do 45°, um projeto que ele criou e que nasceu da necessidade de ter conversas mais pausadas, mais fundamentadas e menos apressadas.
Um espaço onde apressa, dá lugar à profundidade e onde as perguntas são, afinal?
3:32
Mais importantes do que as respostas fáceis.
Se gosta de pensar e de pensar bem, esta conversa é para si.
José Maria Pimentel economista, professor, podcast autor tens passado a tua vida a tentar ensinar nos.
3:50
Como é que se pensa bem, como é que se pensa bem?
A minha vida, pelo menos a vida é mais recente.
E antiga.
A antiga era a fazer o quê?
O que é que?
O que é que?
A antiga eu eu sou economista, não é como disseste e trabalhei na banca durante muito tempo.
Na banca, primeiro banca privada, ou seja, um banco, o banco comercial, e depois No No banco de Portugal, portanto no banco central.
4:09
Porque teve teve que ser ou porque me dava gozo?
Não porque me dava gozo.
Foi.
Foi a minha carreira original e lá podia ter ficado.
Podia ter seguido por aí.
Mas depois eu sempre, eu sempre.
Gostei de estar ligado à academia, portanto essa ligação já vem de muito de trás e depois lancei o 45° no final 2017 e depois esses 2 terrenos foram expandindo, depois foram se unindo e foram ficando maiores do que o outro.
4:35
E pronto.
A certa altura tomei essa decisão, mas, mas, mas, enfim, mas, mas foi uma coisa que gostei de fazer durante muitos anos.
Há uma coisa de que tu falas muito e eu e eu estava a falar a propósito do do do pensar, da maneira como nós, como nós, pensamos ou não pensamos que tem, que tem a ver com o pensamento crítico.
4:57
Todos tivemos aquela experiência Na Na Na escola, onde nós estamos no fundo, quase a ser educados como ovinhas que em princípio, se tu pensares a mesma coisa que os teus coleguinhas do lado.
Até merecerás mais elogios do senhor professor, salvo alguns professores que são são muito especiais, mas esta coisa de ver o mundo de uma maneira diferente ou divergente é logo uma carga de trabalhos ou não.
5:23
Dá, dá muito mais trabalho, de facto.
E o e o ensino, como tu estavas a dizer, a maior parte do ensino é feito para te de uma maneira que não te estimula exatamente o pensamento crítico e não é em parte.
Isto é compreensível.
5:39
OOOO ensino basicamente está feito para te treinar a lidar com problemas fechados e não com problemas abertos.
Quando eu digo problemas fechados é problemas que já tem uma solução e portanto, trata se de tu compreenderes a solução na melhor das hipóteses.
Na pior das hipóteses, decorares a solução.
5:54
Portanto, existem aqui um conjunto de problemas que todos nós enfrentamos.
Meus caros alunos, não se molestem muito a pensar soluções muito criativas, porque a.
Resposta é esta.
A resposta é esta, a matemática é esta, o primeiro rede de Portugal é aquele e a gramática é aquela, e, portanto, façam o favor de cumprir os objetivos.
6:11
Isso exato, sim, desde 3 bons exemplos.
Por acaso e porque exatamente podemos?
Isso aplica se a todo esse esse espectro?
E no caso da matemática, até enfim, eu acho que até.
De certa forma, até até uma disciplina que treina um tipo de criatividade, porque treina te a pensar e a resolver problemas.
6:31
Mas, por exemplo, na, no, no, no português ou na história, não é bem assim, não é?
Tu aprendes que esta é a maneira correta de escrever ou esta é a maneira correta de seja de escrever a palavra, seja de de AA, gramática, Oo ou a sintaxe correta daquela frase, por exemplo.
E na história é a mesma coisa, não é tu dizes, por exemplo, determinada, sei lá.
6:50
Imagina o 25 de abril aconteceu porque x ou as invasões francesas ocorreram porquê?
Ou a revolução francesa ou o que quer que seja, e tu aprendes aquela resposta lá está, na pior das hipóteses,