Hoje subimos ao palco.Para ter o sabor do que se sente em frente a um público.É provavelmente dos exercícios mais difíceis em comunicação.Temos uma mensagem, temos uma forma de mostrar essa mensagem e um público que, ao mesmo tempo, é ávido e exigente.
TÓPICOS
00:00:12 - A arte da comunicação no teatroIntrodução do tema do episódio, destacando a importância da comunicação no teatro.
00:01:42 - A experiência de Cláudia Semedo como atrizCláudia Semedo fala sobre a sua experiência a trabalhar com dobragens e teatro.
00:03:03 - O processo de dobragem e o trabalho de concentraçãoCláudia Semedo explica como funciona o processo de dobragem, incluindo a sincronização da voz com as bocas das personagens e a necessidade de concentração durante o trabalho.
00:07:13 - O processo criativo de Cláudia SemedoCláudia Semedo fala sobre o seu processo criativo como atriz, encenadora e apresentadora, destacando a importância da observação do mundo e da reinvenção constante na arte.
00:09:29 - A inquietação social de Cláudia SemedoCláudia Semedo menciona a sua peça "Zé Alguém", que aborda a realidade dos sem-abrigo, e discute a crise habitacional e a falta de solidariedade na sociedade.
00:11:55 - A necessidade de pragmatismo e defesaCláudia Semedo argumenta que a dessensibilização social é uma forma de sobrevivência e defesa perante as injustiças e problemas estruturais do país, destacando a competição e a educação como fatores que contribuem para essa mentalidade individualista.
00:12:59 - A importância da educação para a criatividadeNeste trecho, a palestrante fala sobre a necessidade de uma educação que estimule a criatividade e o pensamento crítico.
00:14:06 - O medo do outro e o racismoNesta parte, discute-se o aumento do racismo e da xenofobia na sociedade, bem como a incompreensão do outro e o medo do desconhecido.
00:17:08 - A presença do racismo na sociedadeNeste momento, a palestrante aborda a presença do racismo estrutural na sociedade, destacando a marca da escravidão e da colonização.
00:20:10 - A experiência no programa de televisãoCláudia Semedo fala sobre a sua participação num programa de televisão de culinária e como foi uma experiência intensa e emocionalmente impactante.
00:22:20 - A paixão pela culináriaCláudia revela o seu amor pela culinária e como gostaria de ter estudado cozinha na escola de hotelaria, destacando a importância dos alimentos para a saúde.
00:23:39 - Lidando com o fracassoCláudia discute a sua postura relativamente ao fracasso, enfatizando que vê as experiências como processos e não como sucessos ou fracassos.
00:25:29 - A experiência de dobragem e teatroCláudia Semedo fala sobre a sua experiência a trabalhar com dobragem de desenhos animados e atuação no palco.
00:26:01 - A criação da receita de nuvem de ovoCláudia Semedo explica como inventou a receita de nuvem de ovo e os desafios que enfrentou durante o processo.
00:28:37 - A decisão de sair de um programa de culináriaCláudia Semedo fala sobre a sua decisão de sair de um programa de culinária e os motivos que a levaram a tomar essa decisão.
00:31:49 - A decisão difícilOs palestrantes discutem um dilema difícil de resolver sobre a agenda de espetáculos e gravações de um programa.
00:32:59 - Sentimentos no palcoCláudia Semedo fala sobre as suas diferentes experiências e emoções ao atuar no palco.
00:36:17 - Personagens desafiadorasOs palestrantes discutem a importância de atores saírem da sua zona de conforto e interpretarem personagens que são diferentes da sua personalidade.
00:37:07 - O trabalho de dobragem e teatroCláudia Semedo fala sobre sair da zona de conforto na dobragem e teatro, explorando personagens diferentes.
00:37:27 - A direção no teatroDiscussão sobre a direção no teatro e como vai além de apenas ler o texto, envolvendo modulação e estímulos diferentes.
00:39:11 - Os desafios das mulheres no teatroCláudia Semedo fala sobre a dificuldade das mulheres em conseguir espaço e poder no teatro, destacando a luta pela equidade nos círculos de poder.
00:43:18 - A importância da comunidade no teatroCláudia Semedo fala sobre a estrutura de uma companhia de teatro como uma casa e uma família que adora criar.
00:43:49 - A importância de discutir e discordarCláudia Semedo defende a importância de discutir e discordar, enfatizando que cada pessoa tem a sua própria subjetividade e experiência.
00:45:03 - A importância de ouvir e entender diferentes perspetivasCláudia Semedo destaca a importância de estarmos abertos a ouvir e entender de que lugar outra pessoa está a falar, valorizando as diferentes perspetivas
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Os actores sentem todos os dias esse desejo de comunicar bem, de fazer sentir emoções e de ser julgados a todo o momento.A arte do entretenimento só funciona verdadeiramente pelo reconhecimento do público.
E nesse processo de entregar emoções através do gesto e da palavra, cada actor entrega-se totalmente. O que significa prazer e nervos.
Num exercício de alma, corpo e voz.
A voz pode contar grandes histórias.Pela entoação. Pelas pausas.Pelo ritmo das palavras.Juntamos-lhe o movimento do corpo, do gesto, do olhar.Colocamos uma pitada de respiração suspensa ou suspiro profundo.E usamos como base deste prato a proteína principal das emoções: o riso e o choro.Depois basta, e o basta não é pouco, basta subir ao palco e criar a magia que hipnotiza o público.Aquela magia que nos faz esquecer a pessoa atriz e nos mete, de cabeça, na pessoa personagem.E tudo acontece.Rimos e choramos. Às vezes numa mistura sem fronteiras.Como quando choramos a rir. Ou dos rimos dos nervos.Proponho que subamos ao palco com a atriz Cláudia Semedo.E sigamos a sua voz.A voz que dobra a fala de personagens de desenhos animados.A voz em que é um pirilampo numa peça de teatro.A voz que aceitou fazer enquanto concorrente na cozinha do chefe Lubomir.Mas esta voz vai beber fundo para nos oferecer um menu de emoções.Da maneira como observa o mundo. Como se inquieta com as nossas disfunções sociais. Ora as pessoas sem abrigo, ora as mulheres que deixam escapar a bandeira de um mundo mais equilibrado e diverso.
Este palco é muito grande. Não fiquem só aí na plateia.Subam. É a vossa vez. Querem fazer um boneco animado ou uma pessoa real?
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JORGE CORREIA (00:00:12) - Ora vivaM! Bem vindos ao Pergunta Simples o vosso Podcasts sobre Comunicação. Hoje vamos subir ao palco e ter o sabor que apenas se sente em frente a um público ao vivo e em directo. É provavelmente dos exercícios mais difíceis em comunicação, porque nós temos uma mensagem, temos uma forma de mostrar essa mensagem e um público que está ali mesmo à nossa frente, ávido e exigente. Os atores sentem todos os dias este desejo de comunicar bem e de ser bem entendidos, de fazer sentir emoções e de ser julgados a todo o momento. A arte do entretenimento só funciona verdadeiramente pelo reconhecimento do público. E nesse processo de entregar emoções através do gesto e da palavra, cada ator entrega se de corpo e alma, o que significa prazer e uma carga de nervos. E sobre tudo isto, esta edição com a atriz e encenadora Cláudia Semedo. A voz pode contar grandes histórias pela entoação, pelas pausas, pelo ritmo das palavras. Juntamos lhe o movimento do corpo, os gestos, o olhar e colocamos uma pitada de respiração suspensa ou de suspiro profundo, e usamos como base deste prato a proteína principal das emoções o riso e o choro.
JORGE CORREIA (00:01:42) - Depois basta e o basta não é pouco. Basta subir ao palco e criar a magia que hipnotiza o público. Aquela magia que nos faz esquecer a pessoa, a atriz e nos mete de cabeça na pessoa personagem. E tudo acontece. Rimos e choramos. Às vezes uma mistura sem fronteiras quando choramos a rir ou quando nos rimos dos nervos. Proponho que subamos ao palco com a actriz Cláudia Semedo e sigamos a sua voz, a voz que dobra, a fala de personagens de desenhos animados, a voz que é um pirilampo, por exemplo, uma peça de teatro, a voz que aceitou fazer enquanto concorrente na cozinha do chefe Lobo Amir. Mas é esta voz que vai, afinal, beber fundo para nos oferecer um menu de emoções da maneira como ela observa o mundo, da maneira como se inquieta com as nossas disfunções sociais. Ora as pessoas sem abrigo, ora mulheres que deixam escapar a bandeira de um mundo mais equilibrado e diverso. Este palco é muito grande, já perceberam? Não fiquem só ali na plateia. Subam, subam! É a vossa vez.
JORGE CORREIA (00:02:50) - Querem fazer um boneco animado ou uma pessoa real? Viva Cláudia Semedo! Diretamente dos desenhos animados para o.
CLÁUDIA SEMEDO (00:03:00) - Blog de estúdios para um podcast.
JORGE CORREIA (00:03:03) - Ainda faço desenhos animados.
CLÁUDIA SEMEDO (00:03:05) - Faço, faço muitas dobragens, faço muitas locuções, trabalho muito com a voz e bem, como atriz, trabalho muito com a voz, mesmo em palco, mas também trabalho com a voz nesta dinâmica de estúdio e de ser só a voz e não a imagem. Sim, como é que se sincroniza aquilo?
JORGE CORREIA (00:03:20) - Tem essa curiosidade. Tu estás a falar, estás a ver os bonequinhos e estás a. Sim, tens algum som na orelha?
CLÁUDIA SEMEDO (00:03:26) - Tenho, tenho. Tenho a referência americana, francesa, espanhola. Qualquer que seja a língua que estejamos a dobrar, é a origem dos dos desenhos. E depois, com muita atenção e concentração, porque temos de olhar para o texto, olhar para o time code, olhar para as bocas da personagem. E é assim um trabalho muito de concentração.
JORGE CORREIA (00:03:48) - Isso é tudo um exercício.
CLÁUDIA SEMEDO (00:03:49) - É todo um exercício. E depois temos os diretores, os diretores de dobragem que estão connosco e com e com o técnico que está a gravar, que estão super atentos também e que nos vão dando indicações e ajudam e com os tempos, com tudo.
CLÁUDIA SEMEDO (00:04:01) - Mas é um trabalho de muita, de muito que exige muita concentração,