Listen

Description

É tempo de falar de jornalismo.

Do bom jornalismo.

Do jornalismo em crise.

Das notícias que dão notícia de pagamentos em atraso, de publicações, jornais e rádios importantes, à beira do abismo.

E do sector dos média que perderam receitas, cujo conteúdo aparece nas redes como se fosse gratuito e os leitores aparentemente têm menos vontade de subscrever qualquer serviço pago de notícias.

Estaremos perante o fim do jornalismo, da verificação dos factos e das notícias feitas com curadoria humana?

Ou é apenas uma crise passageira que renovará os votos entre os cidadãos e a informação independente e fidedigna?

TÓPICOS DE CONVERSA

A crise no jornalismo (00:00:12) Discussão sobre a crise no jornalismo, a diminuição do interesse dos jovens pela profissão e a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas.

A precariedade da profissão (00:01:39) Conversa sobre a precariedade da profissão jornalística, a diminuição do interesse dos jovens e a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas.

A paixão pelo jornalismo (00:03:33) Exploração da paixão pelo jornalismo, a experiência pessoal e a importância de atrair bons profissionais para a área.

A crise enfrentada pelos média (00:09:25) Abordagem da greve geral dos jornalistas, a importância do jornalismo para a sociedade e a necessidade de investimento na comunicação social.

O modelo de negócio e a valorização da informação (00:13:56) Discussão sobre o modelo de negócio do jornalismo, a gratuitidade da informação e a necessidade de valorizar o trabalho jornalístico.

O perigo da desinformação (00:16:46) Discussão sobre a mistura de fontes de notícias, publicidade encapotada e fake news em plataformas ‘online’.

Validação do jornalismo (00:17:43) Importância da validação e verificação das informações jornalísticas, respeitando o código deontológico.

Fronteira entre jornalismo e publicidade (00:18:57) Abordagem sobre a demarcação clara entre jornalismo, publireportagem e publicidade, e a resistência em misturar conteúdos.

Financiamento do jornalismo (00:20:17) Consequências da perda de mercado e a necessidade de encontrar fundos para sustentar as publicações.

Papel do Estado na comunicação social (00:22:00) Discussão sobre a possibilidade de apoio estatal para salvar publicações e a importância de garantir transparência e equilíbrio.

Desafios do jornalismo na atualidade (00:24:46) Reflexão sobre a necessidade de contar histórias reais e a responsabilidade dos jornalistas na crise do jornalismo.

Impacto da proximidade na comunicação (00:27:25) Análise sobre a importância da proximidade na venda de jornais e na responsabilidade do jornalismo em informar todas as regiões.

Desafios do jornalismo desportivo (00:28:26) Reflexão sobre a retórica limitada dos comentadores desportivos e a falta de espaço para os jogadores contarem as suas histórias.

Futebol e comunicação dos clubes (00:31:24) Discussão sobre a falta de espaço para os jogadores contarem as suas histórias e a influência da comunicação dos clubes no jornalismo desportivo.

O impacto da pandemia no jornalismo desportivo (00:32:28) Discussão sobre as barreiras sanitárias e a comunicação dos clubes durante a pandemia.

Os desafios do jornalismo na era digital (00:34:22) Reflexão sobre o impacto dos algoritmos na disseminação seletiva de informações.

A dificuldade de distinguir realidade e ficção (00:36:28) Exploração das dificuldades causadas pela evolução tecnológica e a disseminação de desinformação.

O papel do jornalismo na desmontagem de notícias falsas (00:37:59) Abordagem sobre a importância do jornalismo na desconstrução de informações falsas e na preservação da verdade.

A importância do jornalismo na defesa da democracia (00:39:28) Discussão sobre a relevância do jornalismo na preservação da democracia e da liberdade de expressão.

O fascínio pessoal do jornalista pela África (00:43:28) Relato pessoal sobre a experiência do jornalista ao cobrir eventos desportivos em Angola e o fascínio pela cultura africana.

O compromisso do jornalismo com a verdade e a humanidade (00:46:11) Reflexão sobre a missão do jornalismo em compartilhar histórias verdadeiras, honestas e humanas.

O jornalismo português enfrente a maior crise de que há memória.

Rádios como a TSF, jornais como o JN ou o DN lutam pela sua sobrevivência.

Os jornais passaram para a ‘internet’.

Os motores de busca e as redes sociais multiplicam os acessos, colhem os lucros publicitários e remuneram os autores das notícias com valores insuficientes para manter o negócio das notícias a funcionar.

Contudo as notícias não são um mercado qualquer.

O jornalismo é um dos pilares da democracia e sem sustentação económica arriscam uma função fundamental da nossa vida: o escrutínio dos poderes. A validação da informação. O separar o trigo do joio.

Nesta edição converso com Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas.

Sobre os desafios do Jornalismo.

Falamos da precariedade da profissão e a diminuição do interesse dos jovens, enfatizando a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades e tecnologias.

Das redações cada vez mais juvenis e onde os melhores jornalistas já mudaram de ares.

Claro que falamos da Paixão pelo Jornalismo: sobre o que atrai indivíduos para esta carreira, apesar dos seus desafios.

E fomos fundo, aproveitando a discussão do recente congresso dos jornalistas, autopsiado a

Crise do Jornalismo: A crise enfrentada pelos média. Não só financeira mas também de credibilidade.

Sim, a culpa pode ser em parte das redes sociais e outras plataformas digitais que influenciaram o jornalismo, tanto positiva quanto negativamente.

Mas mesmo no jornalismo há conversas que se tem de ter.

Por exemplo, a confusão entre jornalismo e conteúdos publicitários pagos que discretamente se confundem com notícias.

E aquela chuva de títulos de notícias que apenas quer atrair os nossos cliques para nos desaguar em conteúdos manifestamente panfletários e vazios de conteúdo relevante.

Entre o financiamento e a credibilidade.

Entre o jornalismo e a fluidez informativa indefinida, inodora, insossa dos novos tempos.

Será a crise definitiva e mortal?

(Foto de João Miguel Rodrigues)

LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO

TRANSRIÇÃO AUTOMÁTICA

JORGE CORREIA (00:00:12) - Ora viva um. Bem vindos ao Pergunta Simples o vosso Podcasts sobre Comunicação. É tempo de falar de jornalismo, do bom jornalismo, Do jornalismo em crise por estes tempos. Das notícias que dão notícia de pagamentos em atraso, de publicações, jornais e rádios importantes à beira do abismo e do sector dos media que perderam receitas, mas cujo conteúdo aparece por aí fora nas redes como se fosse gratuito. E os leitores, aparentemente com cada vez menos vontade de subscrever qualquer serviço pago de notícias. Estaremos perante o fim do jornalismo, da verificação dos factos e das notícias feitas com curadoria humana? Ou é apenas uma crise passageira que renovará os votos entre cidadãos e a informação independente e fidedigna? O jornalismo português enfrenta a maior crise de que há memória. Rádios como a TCE, jornais como o JN ou DN. Lutam pela sobrevivência. Os jornais passaram para a internet, os motores de busca e as redes sociais multiplicam os acessos, colhem os lucros publicitários e remuneram os autores das notícias com valores insuficientes para manter o negócio das notícias a funcionar.

JORGE CORREIA (00:01:39) - Só que as notícias não são um mercado qualquer No jornalismo. É um dos pilares da democracia e, sem sustentação económica, riscam uma função fundamental da nossa vida o escrutínio dos poderes, a validação da informação, o separar o trigo do joio. Nesta edição converso com Luís Simões, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, sobre os desafios do jornalismo. Falamos da precariedade da profissão, a diminuição do interesse dos jovens, enfatizando a necessidade de adaptar o jornalismo às novas realidades tecnológicas das redacções cada vez mais juvenis e onde os melhores analistas mais velhos já mudaram de ares. Claro que falamos da paixão pelo jornalismo sobre o que atrai indivíduos para esta carreira, apesar dos seus desafios. E fomos fundo. Aproveitando a discussão do recente Congresso dos Jornalistas. Autópsia a crise do jornalismo, a crise enfrentada pelos media, não só financeira, mas também de credibilidade. Sim, a culpa pode ser, em parte, das redes sociais e de outras plataformas digitais que influenciaram o jornalismo, tanto positiva como negativamente. Mas mesmo dentro da classe, mesmo dentro do jornalismo, há conversas que temos de ter.

JORGE CORREIA (00:02:51) - Por exemplo, a confusão entre jornalismo e conteúdos publicitários pagos que discretamente se confundem com as notícias e aquela chuva de títulos de notícias que apenas quer atrair os nossos cliques para depois desaguar em conteúdos manifestamente panfletários ou vazios de conteúdo relevante. Entre o financiamento e a credibilidade, entre o jornalismo e a fluidez informativa indefinida, inodora, insossa e digital destes novos tempos, será a crise definitiva e mortal ou a ressurreição? Vem já a seguir.

LUÍS SIMÕES (00:03:33) - O jornalismo está a atravessar um momento muito delicado. Este é mesmo um momento de emergência. E quando nós dizemos isto, não estamos a exagerar. O jornalismo passou a ser uma profissão de baixos salários, de precariedade, uma profissão que não há muito. Cativava as pessoas. As pessoas procuravam ser jornalistas. Nós tínhamos centenas de jovens a entrarem nas universidades a quererem ser jornalistas. Há uma frase durante o congresso de Jornalistas que me marcou muito, que foi de um jovem estudante de comunicação social que dizia que estava numa turma com 30 estudantes. Em comunicação social. Repito, e não havia um que quisesse ser jornalista.

JORGE CORREIA (00:04:24) - Portanto,