Todos os meses chega a mesma carta. O extrato, a fatura, o débito direto. E todos os meses repetimos o mesmo ritual: abrimos o envelope, olhamos para os números, franzimos o sobrolho — e seguimos em frente. Como se o dinheiro fosse somente uma rotina inevitável. Mas não é. O dinheiro é linguagem. E como qualquer linguagem, precisa de ser aprendida, dominada, comunicada. Hoje em dia, compreender como gerenciar o dinheiro: gastar, poupar e investir, especialmente no que se refere ao Dinheiro: gastar, é essencial.
A literacia financeira não é uma disciplina de economia. É uma forma de comunicar melhor connosco próprios e com quem nos rodeia. Quando dizemos “não posso comprar”, não estamos apenas a recusar um consumo — estamos a dizer ao futuro: “dou prioridade à tua segurança”. Quando dizemos “eu mereço”, estamos a enviar uma mensagem ao presente: “preciso deste conforto agora, mesmo que o preço seja amanhã”. O dilema financeiro é, sempre, um dilema de comunicação e, por isso, o Dinheiro: gastar é uma habilidade que todos devemos desenvolver.
E a verdade é dura: a maioria de nós fala mal esta língua. Ganhamos salários inteiros, mas pouco sobra. Temos dívidas que não sabemos explicar. Somos enganados em pequenas taxas, juros invisíveis, contratos de letra miúda. Chamamos-lhe azar, chamamos-lhe crise, mas dizemos raramente o que é: falta de literacia.
Dominar o dinheiro: gastar de forma consciente pode transformar nossa relação com a economia e com nossas finanças pessoais.
É aqui que entra o jornalismo — não apenas para relatar, mas para capacitar. Transformar números em histórias compreensíveis, transformar relatórios em escolhas práticas. Foi isso que o Pedro Andersson, jornalista da SIC percebeu: que um jornalista não tem só a missão de informar, tem também a de ajudar a viver melhor. Daí nasceu uma rubrica televisiva que se tornou referência nacional: o contas-poupança .
Ao longo desta conversa, extraímos três lições simples e universais:
A primeira é a pergunta certa:
Para onde está a ir o nosso dinheiro?A segunda é o poder da escolha: cada “não” que dizemos hoje é uma mensagem de futuro.E a terceira é a liberdade: não é ser rico, é poder decidir.
Falamos de casas a preços impossíveis, de carros que não precisamos de ter, de supermercados onde a inflação parece duplicar a conta. Mas também falamos de estratégias concretas: renegociar contratos, comparar preços, cortar despesas inúteis. Comunicação pura, aplicada à vida real.
Este episódio não traz fórmulas mágicas. Mas deixa um espelho. E nesse espelho, cada resposta é uma pergunta que se devolve a quem ouve: sabemos explicar as nossas prioridades à família? Sabemos falar com os bancos? Sabemos ouvir os sinais que estão escondidos num extrato?
A maior riqueza não é o dinheiro em si. É a capacidade de escolher — sem medo, sem pressa, sem ilusões. Porque comunicar bem com o nosso dinheiro é, no fundo, comunicar melhor com a nossa própria vida.
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0:12
Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre a comunicação.
A pergunta do dia é, sonham em ser ricos algum dia, ganhar o euromilhões, investir na bolsa e ter sorte ou mudar para um emprego das arábias com um salário de futebolista?
0:29
Só que a maioria de nós lida com rendimentos mais modestos e com as pequenas despesas que parecem furos no nosso tanque dos rendimentos.
Este programa é sobre isso, sobre o que sabemos sobre o dinheiro e o que fazemos com isso.
0:54
Todos os meses chega à mesma carta, ou OE mail, o extrato, a fatura, o débito direto.
E todos os meses repetimos o mesmo ritual, abrimos o envelope ou OE mail, olhamos para os números, trazemos o sobrolho e seguimos em frente e pagamos a conta.
Claro, como se o dinheiro fosse apenas uma rotina inevitável.
1:13
Mas não é.
O dinheiro é uma linguagem e, como qualquer linguagem, precisa de ser aprendida, dominada e comunicada a literacia financeira.
Não é uma disciplina da economia, é uma forma de comunicar melhor, connosco próprios e com quem nos rodeia.
1:28
Quando dizemos não posso comprar, não estamos apenas a recusar um consumo, estamos a dizer ao futuro, dou prioridade à tua segurança, dou prioridade ao futuro quando dizemos eu mereço, estamos a enviar uma mensagem ao presente, eu preciso agora, deste bem, deste conforto, mesmo que o preço venha depois, venha amanhã, é.
1:50
No fundo, o dilema dos créditos.
O dilema financeiro é sempre um dilema de comunicação.
E a verdade é dura, a maioria de nós fala mal esta língua, a língua do dinheiro.
Ganhamos salários inteiros, mas pouco sobra.
Temos dívidas que não sabemos explicar.
2:06
Somos enganados em pequenas taxas, juros invisíveis, contratos de letra miúda e afins, e chamamos lhe azar, chamamos lhe crise, mas raramente dizemos que é falta de literacia.
Falta de saber?
Ignorância no fundo.
2:22
E é aqui que entra o jornalismo.
Não apenas para relatar, mas para capacitar, de transformar números em histórias compreensíveis, transformar relatórios em escolhas práticas.
Foi isso que Pedro andresen, jornalista da sic, percebeu muito cedo, que um jornalista não tem só a missão de informar, mas também tenha de ajudar a viver melhor.
2:41
Daí nasceu uma rubrica televisiva que se tornou referência nacional, o contas poupança.
Ao longo desta conversa, eu retirei 3 lições simples e universais.
A primeira é uma pergunta, para onde está a ir o nosso dinheiro?
A segunda é sobre o poder da escolha.
Cada não que dizemos hoje é uma mensagem de futuro, uma espécie de investimento para os dias que hão de vir.
3:02
E a terceira é a Liberdade, não é ser rico, o importante é o poder de decidir.
Nesta conversa, falamos de casas a preços impossíveis, de carros que não precisamos de ter, de supermercados, onde a inflação parece duplicar a conta.
Mas também falamos das estratégias concretas, renegociar contratos, comparar preços, cortar despesas inúteis, comunicação pura aplicada à vida real e ao dinheiro.
3:27
Este episódio não traz fórmulas mágicas.
Mas deixam o espelho e nesse espelho, cada resposta é uma pergunta que se devolve a quem ouve.
Sabemos explicar as nossas prioridades à nossa família, sabemos falar com os bancos, sabemos ouvir os sinais que estão escondidos num extrato.
A maior Riqueza, afinal, não é o dinheiro em si, é a capacidade de escolher sem medo, sem pressa, sem ilusões e com exigência, porque comunicar bem com o nosso dinheiro é, no fundo, comunicar melhor com a nossa própria vida.
3:57
A de agora.
E a do futuro, Pedro, tu vens, tu vens a telefonia?
Venho da TSFO.
Sítio onde tu tu nasceste profissionalmente foi?
Rádio Clube da colher.
Primeiro.
Primeiro sim, ainda estava No No secundário e depois apaixonei.
4:15
Me a primeira vez que entrei na rádio, não.
Não quis saber dos dos gira discos, nem da música, nem nada.
Havia lá uma salinha ao lado em que havia gente.
A escrever à máquina na altura, escrever à máquina era absolutamente normal.
4:31
Haverá pessoas que estão a ouvir este podcast e que não fazem a mínima ideia do que é escrever à máquina.
Portanto, era.
Não havia computadores, portanto, era 11 teclado em que batemos como se fosse um piano, e as letras batiam numa tinta e escreviam numa folha de papel, onde estavam a escrever notícias que depois iam ler às 6 da tarde, ao microfone, e eu disse, eu posso escrever uma notícia, podes?
4:55
Então vamos lá, eu escrevi a notícia.
E eu achei aquilo fabuloso, explicar às pessoas o que estava a acontecer no mundo, neste caso, na nossa Terra, na covilhã.
E nunca mais parei.
Portanto, depois.
Aí o meu sonho era fazer notícias e ser jornalista da rádio.
Hum.
Portanto, tu és o filho.
5:10
O filho.
Aliás, eu também sou filho, filho das da rádio pirata.
Não era pirata, já não era pirata, já não era pirata, mas havia rádios pirata, ou pelo menos nessa fase de transição.
Estamos a falar de muito antes de 97, portanto, eu só comecei mesmo profissionalmente, a ganhar dinheiro já depois de acabar o curso de comunicação social.
5:33
Tirei na universidade da beira interior já em 97, portanto, foi para aí 5 anos antes disso, 567 anos, portanto, nos anos 90.
Como todos os jornalistas.
Toda a gente faz tudo.
É preciso ir fazer todas as coisas, ir cobrir todas as reportagens, ir fazer todos os assuntos, os que a gente entende e os que a gente não entende.
5:52
Lá está.
Depois isso funciona e vais se calhar ao dinheiro.
Porquê?
O que é que te aconteceu?
Uma desgraça.
O que aconteceu foi uma desgraça.
Sabes que isto depois serve de lição de vida?
Não é que.
Se posso ensinar isto às pessoas?
6:09
Mas às vezes, as piores coisas que nos acontecem na vida são as melhores coisas que nos acontecem na vida.
Não se aplica a todos os caras, não.
É?
Claro que não é óbvio.
Então eu queria ser jornalista.
Fui jornalista numa rádio concorrente da tua.
Na TSF, podemos dizer?
6:26
Pronto, OK.
Que era o meu sonho.
Um dia, quando eu fosse muito velhinho e muito bom profissional, depois de ter dado provas de tudo e mais alguma coisa, talvez um dia eu conseguisse chegar à à TSFE, conhecer os meus ídolos, entre aspas, radiofónicos o Fernando Alves na altura, portanto toda aquela gente.
6:47
Alguns desses meus colegas estão agora aqui ainda Na Na antena 1, e passei há bocadinho por eles.
EE vou cumprimentá Los agora quando quando sair.
E portanto, consegui começar logo na TSF.
Portanto, eu pedi estágio AA 30 empresas e só houve uma, que me respondeu que foi à TSF.
7:07
Pronto, mas isto só para agora.
Para simplificar, cheguei à TSFE, fazia tudo, manifestações, greves, desporto, economia, política, tudo e mais alguma coisa.
E era isso o meu objetivo, contar histórias e da da melhor forma possível.
Era esse o meu objetivo.
7:22
Portanto, na altura em 97 eu fui ganhar 700, o equivalente a 700 EUR.
O que era para um rapazito, uma Fortuna, eram 3 salários mínimos nacionais, portanto, à data.
Lá se se regressarmos ao passado, portanto, ganhava bem até o meu futuro sogro.
7:42