No frio da Polônia, um livro na mão,
Uma menina encara o medo com interrogação.
Se o mundo é vasto, por que calar a mente?
A dúvida acesa — nasce a Rosa insurgente.
Com quinze anos, diante do tribunal,
A lei contra o hábito, o inverno brutal.
Um dote imposto, um destino fechado,
Ela recusou viver num lar encadeado.
“Não deixei o tronco para abraçar galhos alheios”,
Ecoou firme contra os velhos meios.
Autonomia não é dádiva, é construção —
E ela ergueu sozinha a sua própria razão.
Rosa insurgente, mente em brasa,
Contra o dogma que sempre atrasa.
A moral não nasce do medo ou do altar,
Mas do humano que aprende a cuidar.
Se o céu silencia, a Terra responde:
É na empatia que a ética se esconde.
Entre rochas e ácidos, verdades brotavam,
Não eram anjos — eram leis que falavam.
O mito do Gênesis vira ao avesso:
É o homem que molda Deus no seu próprio reflexo.
Ignorar mistérios não cria divindade,
Não saber é convite pra investigar a realidade.
Ela expôs o truque, mostrou a projeção:
Deuses nascem da mente, não da criação.
Rosa insurgente, mente em brasa,
Contra o dogma que sempre atrasa.
A moral não nasce do medo ou do altar,
Mas do humano que aprende a cuidar.
Se o céu silencia, a Terra responde:
É na empatia que a ética se esconde.
Nos Estados Unidos, a luta tinha nome:
Escravidão — o lucro sobre o homem.
E ela mostrou, sem véu nem reverência,
A Bíblia usada pra justificar violência.
“Não é pecado divino, é crime de gente”,
Gritou contra o texto que acorrentava a mente.
Pagou com insultos, com o rótulo feroz —
Mas nunca calou a lucidez da sua voz.
Chamaram-na monstro, louca, desumana,
Só porque recusou a fé que não a engana.
Ultra demais para sua própria era,
Mas fiel à verdade que ela mesma erguera.
E no ocaso da vida, discreta e inteira,
Preferiu silêncio a virar bandeira.
Seus papéis sumiram — mas não sua luz:
Cada mente que pensa, um pouco dela reproduz.
Rosa insurgente, mente em brasa,
Contra o dogma que sempre atrasa.
Não há céu que dite o nosso dever,
Somos nós quem escolhemos como viver.
E se o mito afunda, a verdade emerge:
A rosa da razão nunca se perde.
Que cada dúvida plantada em nós
repita a firmeza daquela voz:
O ateu não teme a noite profunda —
É nela que a curiosidade inunda.
E a rosa que não se curva ao altar
É a flor que ensina o mundo a pensar.
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Uma homenagem à ateísta mais casca grossa que ouvi falar!
Em um momento onde a igreja cristão tocava medo, ele falou grosso. Feminista, judia e para fechar o pacote: ateia. Prato cheio para o ódio cristão do seu tempo.
Ateísmo em forma de música. Álbum completo.