[Verso 1]
O louco grita na praça vazia,
segura a lanterna, cego ao meio-dia.
Diz que matamos o Deus que restava,
e agora o nada é tudo o que nos guiava.
[Pré-Refrão]
Quem julga o bem, quem julga o mal,
quando o divino é só um ritual?
O eco responde no abismo frio:
“Cria teu céu, ou morre no vazio.”
[Refrão]
Sem Deus, tudo é permitido,
mas o abismo é tão bonito.
A liberdade corta fundo,
quando o sentido deixa o mundo.
Oh, oh... Deus está morto em mim.
Oh, oh... e agora eu tenho que existir.
[Verso 2]
Zaratustra ri do alto da dor,
Ivan afoga a culpa no amor.
Um quer criar, o outro fugir —
dois deuses lutando pra não ruir.
[Pré-Refrão]
Entre a fé e a criação,
arde o fogo da razão.
Se tudo é permitido, então
sou Deus — ou só negação?
[Refrão]
Sem Deus, tudo é permitido,
mas o abismo é tão bonito.
A liberdade corta fundo,
quando o sentido deixa o mundo.
Oh, oh... Deus está morto em mim.
Oh, oh... e agora eu tenho que existir.
[Ponte / Instrumental]
O homem matou o eterno,
com ciência e solidão.
Mas quem dá sentido ao inferno,
se o inferno é o coração?
[Final — lento e crescente]
Não há mandamentos, só espelhos.
Nem céu, nem véu — só os teus olhos cheios.
Deus está morto, mas o sonho é vivo.
Tudo é permitido — inclusive o divino.
Baseado em "Deus está morte" (Nietzsche) e "Sem Deus tudo é possível" (Karamázov)
Ateísmo em forma de música. Álbum completo.