Acho infantil e tola, a teologia do lapsarianismo; ou seja, a teologia da queda. Ela diz que a causa da nossa morte física é o pecado. Acredito que a morte que o texto do Gênesis se refere, não é a morte física, mas a morte espiritual. O texto, diz: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. A advertência trazida por Deus, dizia que no dia em que comecem, morreriam. O homem e a mulher comeram, e não morreram fisicamente no mesmo dia. Na bíblia A Mensagem, na tradução do Eugene Peterson, diz: “No mesmo momento em que comer dessa árvore, você morrerá”.
Fomos feitos frágeis, não só fisicamente, mas, também, frágeis na alma. Você e eu, Já entramos no mundo, dotados de grande fragilidade. Gosto de usar a expressão, “dotados de fragilidade”, no sentido de dom, de dádiva. É importante entendermos e convivermos bem com isso. É na fragilidade que está nossa capacidade humana. Na fragilidade habita a beleza da nossa humanidade. Aliás, a palavra “adamar”, no hebraico, que foi assim que Deus nos chamou, traz a ideia de pó, de frágil, e, também, de humanidade.
Sei que a religião gosta muito de poder, mas é na fragilidade que manifestamos os atributos de Deus. É nos fragilizando que perdoamos, nos compadecemos, temos compaixão. Foi isso que Jesus quis dizer, quando falou: “Bem-aventurados os que choram”. Jesus estava dizendo: Felizes os que choram, os que se movem, os que se fragilizam.
O texto que lemos, diz: “Quando o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória”. Essa é uma maravilhosa promessa de vida eterna. Mas, enquanto isso não acontecer, enquanto estivermos aqui na terra, devemos valorizar a beleza da nossa fragilidade. Precisamos cumprir o propósito da nossa existência, na nossa frágil e efêmera humanidade.
Eu quero orar com você: “Pai, ensina-nos acerca da beleza da nossa humanidade. Ensina-nos a não exercermos poder, e sim, fragilidade. Ensina-nos a nos fragilizarmos diante das pessoas a quem amamos. Ensina-nos a nos fragilizarmos no trânsito. Ensina-nos a nos fragilizarmos em todas as nossas relações. Para nosso bem e tua glória. Amém!” - Flávio Leite
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