Bem antes da cultura religiosa dos hebreus, já existia indícios da prática do jejum entre os povos na Mesopotâmia. Alan Marcus, chefe do departamento de história da universidade do Mississipi, informou o registro de uma frase, dita por um sumério, que viveu bem antes da família de Héber, de onde surgiu o povo hebreu, no qual falou: “Por que me contam entre os ignorantes? A comida encontra-se em todo lugar e ainda assim minha comida a fome proporciona”. Acredito que essa pessoa poderia estar falando da crítica que estava sofrendo, por praticar o jejum. Desde o início da história, o prazer e a felicidade eram representados, subjetivamente, através dos banquetes. Muitas vezes isso era feito de modo descontrolado. Era comum servir muitos pratos e para comer de tudo, as pessoas quando já satisfeitas, provocavam o vômito e voltavam a comer novamente. Acredito que isso fez do jejum, uma das disciplinas espirituais para prática religiosa. Imagino que representando uma espécie de disciplina para controlar melhor os impulsos humanos. Digo isso, porque o jejum trata diretamente daquilo que mais retrata o impulso dos desejos e prazeres, que é a compulsão alimentar. Praticar o jejum, seria dominar desejos e prazeres inerentes da nossa humanidade. Não só em relação ao alimento, mas em relação a todos os outro excessos. O jejum seria um ato consciente do controle espiritual, sobre os impulsos dos desejos e prazeres desenfreados. Nesse mundo marcado por excessos, precisamos resgatar o jejum como disciplina espiritual. Eu quero orar com você: “Pai, ensina-nos a moldarmos nossos impulsos e desejos. Ensina-nos a controlarmos os excessos nas nossas vidas. Que sejamos guiados pelo Teu Espírito. Para nossa saúde e tua glória. Amém!”. - Flávio Leite