Caio Fernando Abreu acaba sempre nos surpreendendo.
Desta vez, ele nos traz uma mulher e um homem.
Talvez, segundo ele, num décimo segundo ou décimo terceiro andar de um apartamento qualquer, numa cidade qualquer.
Ainda é noite, mas o dia está para surgir.
Lentamente.
Ela vai despertando aos poucos, não sem antes ter uma espécie sensação, aquele estado em que ficamos até realmente despertarmos e nos depararmos com a realidade e suas formas.
Uma espécie de devaneio que ela, talvez, nem saiba de onde vem, como vem e que a faz lentamente acordar, mesmo sem querer.
Ela, aos poucos, percebe o homem a seu lado, sentado na cama, tendo nas mãos grandes uma pequenina caixa de música que ele faz tocar girando a manivela da mesma.
É bem possível que o som da caixinha de músicas tenha criado essa ilusão em que ela se encontrava.
Mas ela sequer dá atenção a isso, apenas a sensação que teve quando estava nela, na ilusão, naquele estado de estar submergindo dentro da água de um rio.
Ela sequer quer olhar o relógio digital, com as horas marcadas em vermelho.
O sol ainda não nasceu e ela somente vê a sombra do homem que está com ela.
E a caixinha de música sendo tocada insistentemente, ora vagarosamente ora com mais rapidez por aquele homem que ela reconhece quem é.
Ela fuma várias vezes enquanto ele fala e descreve um sonho.
Fala de árvore, de árvores a quem acaba dando o nome de primavera e salgueiro.
Um sonho recorrente, onde a cada vez que ele se encontra nele, mais coisas ele vai percebendo.
Um sonho colorido, cheio de cores.
Uma árvore como aquelas de desenho animado, coloridas, surreais.
Ela, a mulher, é segura de si. Sabe como lidar com aquele homem.
Ela de camisola, ele com calças de pijama, antes do dia nascer.
O que a música de uma caixinha sonora pode despertar em nós?
Que avisos ela pode dar ao nosso subconsciente?
Coisa que emergem, assim do nada.
Seja ao dormirmos, seja estarmos acordados.
O que é o amor?
O amor mata?
Somos parasitas uns dos outros?
Quem sabe sim, quem sabe não.
De qualquer forma, Caio sabe nos envolver num turbilhão de emoções.
Produzido, narrado e interpretado por Carlos Eduardo Valente
Edição de sonorização e masterização por Carlos Eduardo Valente
Foto da capa trabalhada e feita para este audiobook a partir de uma foto de Caio Fernando Abreu, encontrada na internet, sem os devidos créditos, por Carlos Eduardo Valente.
Música utilizada de sons de caixinhas de músicas para bebês dormirem e relaxarem, encontrada na Internet, livres de direitos autorais.
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