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A disposição de seguir a Cristo

No convite a potenciais discípulos, Jesus dizia a todos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23). Esse convite tem um aspecto negativo e outro positivo. Negativamente, o candidato precisa, dia a dia, tomar a cruz, isto é, morrer para si, conduzir seu próprio eu até o Calvário, onde será crucificado com Cristo. Positivamente, o convite de Jesus envolve a pronta disposição de segui-l’O dia a dia, sem vacilar.

Às vezes, pensamos que, para ser discípulo de Jesus, tudo o que precisamos é deixar de fazer algumas coisas. Para muitas pessoas, a vida com Cristo se define por um eterno “não fazer”. Nessa perspectiva, a obediência estrita a uma lista negativa seria a marca de servo de Cristo. Tal pensamento não confere com o ensino de Jesus. Existe abstinência no caminho de um discípulo? Certamente! Nossa natureza carnal se inclina ao que Deus condena. Portanto, a negação é uma realidade na vida de todo servo do Senhor Jesus Cristo.

Contudo, o Cristianismo, diferente de outras religiões, afirma-se não pelo que se deixa de fazer, mas pelo que, positivamente, se faz. Por isso, Jesus diz claramente: dia a dia tome a sua cruz e siga-me. É esse seguir dia a dia que caracteriza a pessoa que teve um real encontro com Cristo e foi conquistada por Seu amor.

Para entender a diferença, consideremos, por exemplo, os preceitos do budismo em comparação com o ensino de Cristo. Buda dizia aos seus discípulos: “Não faça o mal aos seus inimigos”. Jesus, por Sua vez disse: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam…” (Lucas 6.27). Não fazer o mal é bom e recomendável; fazer o bem, contudo, é dar um passo adiante em obediência a Cristo, seguindo o Mestre que, no Jardim do Getsêmani, por exemplo, curou, milagrosamente, a orelha decepada de um soldado que veio para prendê-l’O. É imitar o SENHOR da glória que, enquanto agonizava na cruz, orava por Seus algozes e dizia: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).

Evidentemente, as exigências de Cristo contrariam as disposições do nosso coração. Nosso eu não consegue, suavemente, submeter-se a tal chamado. É por isso que, para ser discípulo, não podemos ouvir o próprio eu, mas levá-lo à cruz. Só assim, sem dar ouvido ao nosso coração enganoso, recebendo força dada pelo próprio Senhor, seremos capazes de segui-l’O para onde quer que Ele nos encaminhe.

A propósito, como você enfrenta aqueles que procuram lhe fazer mal de alguma forma? Se você for um discípulo de Cristo, você enfrentará e vencerá o mal com o bem (Romanos 12.21). Parece impossível? Ore ao SENHOR e fale com Ele acerca da sua incapacidade. Peça a Cristo para mudar seu coração. Quando isso acontecer, você será nova criatura. As coisas velhas já terão passado e tudo se fará novo. Vamos seguir a Cristo?