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Um coração firme

Davi foi perseguido por Saul ao longo de dez anos. Por causa da inveja, o rei de Israel começou a sentir-se ameaçado por Davi e decidiu matá-lo. Nesse tempo, Davi tornou-se um fugitivo, a fim de salvar sua própria vida. No entanto, apesar da difícil situação em que se encontrava, em momento algum, no registro bíblico, Davi aparece na condição de um homem desesperado. Davi temia a Deus, não os homens. Surpreendentemente, é nesse período que Davi escreveu alguns dos mais belos salmos registrados nas Escrituras, por exemplo, o Salmo 57, escrito quando Davi estava escondido em uma caverna. Esse salmo é marcante porque Davi, por pouco, não foi descoberto por Saul, que chegou a entrar na mesma caverna que servia de esconderijo a Davi. Caso Davi tivesse sido tomado por uma crise de medo ou de ansiedade, todos iríamos compreender. Mas não foi isso o que aconteceu. Embora sabendo que, figuradamente, sua alma se achava cercada por leões que a queriam devorar, no versículo sete, Davi afirma: “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores” (Salmo 57.7). Se o nosso coração está firme no SENHOR, poderemos cantar louvores a Deus, a despeito da severidade dos problemas que nos tentam destruir.

O autor cristão Jerry Bridges, no seu livro Confiando em Deus, escreveu uma excelente definição de confiança. Ele diz: “Confiança não é um estado passivo da alma, mas uma decisão vigorosa de apegar-se às promessas de Deus, apesar das dificuldades que tentam nos submergir”. Confiar em Deus não é resultado de passividade, aparentemente, piedosa. Quem confia resolve dirigir sua mente e coração à Palavra de Deus, na qual temos “preciosas e mui grandes promessas”, conforme lemos na segunda epístola de Pedro (2Pe 1.4). Confiança é um ato deliberado de descansar na certeza de que Deus é soberano e fiel. Ele é capaz de fazer muito mais do que pedimos ou pensamos. Ele é o Onipotente.

Tudo isso combina, perfeitamente, com as palavras de Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14.27). Quando, realmente, recebemos a paz de Cristo, que invade nosso coração quando cremos n’Ele, ficamos firmes e livres da perturbação e do temor. Desse modo, poderemos repetir as palavras de Davi no Salmo 27: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmo 27.1).

Não sei quais dilemas ou perturbações estão agitando sua alma e lhe causando medo ou angústia. Contudo, independentemente do que seja, Jesus, o Príncipe da Paz, pode lhe trazer descanso e salvação. Antes de se entregar aos braços do desespero, experimente lançar-se nos braços de Cristo. Fale com Deus a respeito dos seus medos, derrame sua alma perante Ele e ouça o Bom Pastor falando ao seu coração: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos”.
Diga a Cristo: “Senhor, sê propício a mim, pecador”. Ele o ouvirá e virá ao seu encontro.