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O engano da satisfação sem a obediência

A campanha de marketing do novo empreendimento imobiliário destacava as vantagens da aquisição do imóvel e terminava citando o nome do local seguido da seguinte frase: “Para quem quer o melhor imediatamente.” Em um mundo de prazos apertados e de desejos apressados, não é bastante querer o melhor. Esse melhor tem que ser para ontem.

A sugestão de satisfação imediata, à parte da obediência ao Pai, estava no cerne da tentação quando o diabo propôs a Jesus que Ele transformasse pedras em pães. Percebendo a intenção da antiga serpente, Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (Mateus 4.4).

Em reposta às investidas do diabo, Jesus se protegeu citando as Escrituras, especificamente o livro de Deuteronômio. Paulo diz que a Palavra de Deus é a espada do Espírito. No combate espiritual, as Escrituras são a única espada verdadeiramente eficaz. Então, logo que percebeu o primeiro dardo inflamado do maligno, Jesus citou Deuteronômio 8:3, que diz: “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem”.

Para entender a resposta de Cristo, é necessário lembrar que, quando Israel seguia pelo deserto, a própria comida do povo dependia do comando de Deus. O maná era, literalmente, pão que descia do céu. Assim sendo, o maná era apenas o meio pelo qual o povo se mantinha vivo. O que realmente assegurava a vida de Israel no deserto era a fidelidade de Deus em cumprir Sua palavra. O suprimento material aparecia fielmente porque Deus é fiel.

Todo filho de Deus sabe muito bem que é a fidelidade do Pai que nos garante aquilo de que precisamos para viver. Jesus estava em necessidade, mas Ele não se desesperou. Acima de qualquer outra coisa, Jesus tinha o compromisso de obedecer a Deus, a despeito das circunstâncias. Ao citar o texto de Deuteronômio, Jesus estava dizendo ao diabo: “Minha vida depende da vontade e da generosidade do Pai, não daquilo que posso conseguir por mim mesmo. Não é da vontade de Deus que eu transforme pedras em pães. Eu poderia até fazê-lo, mas, com isso, estaria desobedecendo ao que o Pai determinou para essa provação. Vou obedecer ao Pai e esperar na Sua fidelidade”.

Todos passamos por momentos em que a necessidade quer anular a obediência. Nessas ocasiões, em vez de aplicarmos todo nosso esforço na tentativa de transformar pedras em pães, é melhor lembrarmo-nos das palavras de Davi no Salmo 37.25: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.”
O SENHOR nunca falhou em cumprir Suas promessas. Portanto, “Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor” (Salmo 27.14).