Lutando contra o tentador
Ao longo do seu ministério, o apóstolo Paulo esteve sempre em grandes embates. Em Efésios 6.12, ele escreveu: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Em Creta, Paulo repreendeu Simão, o mágico, dizendo: “Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?” (Atos 13.10).
Como no caso de Simão, o mágico, no episódio da tentação de Jesus, o diabo também estava determinado em perverter os retos caminhos do SENHOR. Quando, na terceira investida, Satanás tem a ousadia de sugerir que Cristo o adore, a fim de receber em troca a glória do mundo, mais uma vez notamos a insinuação de que as promessas de Deus podem ser obtidas por meios diferentes daqueles que o SENHOR propõe. Em diferentes textos proféticos, a Escritura antecipa a glorificação final do Filho de Deus. Em Salmos 2.8, a coroação do Filho pelo Pai está descrita nas seguintes palavras: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão”. É verdade que, na consumação dos séculos, todo joelho se dobrará diante de Jesus e toda língua confessará que Jesus Cristo é SENHOR. Contudo esse plano deveria seguir de acordo com o tempo e o modo do Pai. O diabo sabia bem desse projeto glorioso revelado nas Escrituras. Mesmo assim, ele tenta Jesus com a possiblidade de antecipar a obtenção da glória, se o Filho de Deus o adorasse.
Como das outras vezes, Jesus resistiu ordenando que o diabo se retirasse, pois sua proposta, além de absurdamente ousada, contrariava o que estava escrito. Assim, em Mateus 4.10, lemos: “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”. Adorar qualquer outra pessoa além de Deus é uma transgressão do primeiro mandamento, que diz: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20.3).
Vendo que o diabo não desistia de promover confusão e deturpar as Escrituras, o SENHOR Jesus resolve encerrar a história. Em uma ação radical e necessária, ordena que o diabo se retire. O inimigo havia passado da conta na sua ousadia, sugerindo que Aquele que condena a idolatria se tornasse, Ele mesmo, idólatra.
A história da tentação de Jesus, entre outras coisas, destaca a inteligência maligna do tentador e sua impressionante ousadia. Por isso, precisamos estar sempre vigilantes, certos de que, na nossa própria força, facilmente seremos presa da antiga serpente. A estratégia é ter a mente sempre saturada com a Palavra de Deus. Pela autoridade da Escritura, podemos perceber quando é chegada a hora de dizer: “Arreda, Satanás!”. Seja firme no seu combate espiritual, certo da vitória, pois está escrito: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7).