Resistindo ao tentador
Há pouco, ouvi uma história triste acerca de um missionário que tinha vários anos de ministério. Ele liderava uma missão e era responsável por visitar e assistir missionários ao redor do mundo, por isso fazia muitas viagens. Certa vez, enquanto viajava pela Europa, teve que fazer uma longa parada em Amsterdã, cidade famosa pela imoralidade explícita em certos locais turísticos. Mesmo sabendo do perigo, o missionário resolveu testar sua força. Infelizmente, não conseguiu resistir e caiu em pecado. Depois de algum tempo, não podendo manter oculto o adultério, confessou a queda moral à esposa e à instituição missionária à qual era filiado. Com pesar, passou a ser mais um a figurar na dolorosa estatística daqueles que foram tragados pelo tentador.
A capacidade, criatividade e ferocidade do diabo são assustadoras, bem como sua impressionante ousadia. No breve relato de Marcos sobre a tentação de Jesus, o escritor sagrado diz: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam” (Mc 1.12–13). Certamente, o exército de seres espirituais do mal pode ser descrito perfeitamente como um bando de feras impiedosas, lideradas pelo arqui-inimigo das nossas almas, a quem o apóstolo Pedro descreve como um “leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5.8).
Reconhecer o potencial de malignidade do inimigo deve nos mover à oração e à vigilância pois, como disse o nosso SENHOR, “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41). Ao mesmo tempo, seguindo o exemplo de Cristo, devemos ter a mente e o coração cheios da verdade da Palavra de Deus. Com isso, quando o enganador nos quiser tragar com falsas promessas, às vezes, até manipulando declarações das Escrituras, poderemos resisti-lo firmemente dizendo: “Arreda, Satanás, pois ESTÁ ESCRITO”. O ditado popular diz que o diabo tem medo da cruz. À luz das Escrituras, podemos afirmar que nenhum objeto usado como amuleto de proteção espiritual amedronta o diabo. Na verdade, ele tira proveito de tal superstição. O diabo não tem medo da cruz, mas teme a Palavra da Cruz. A verdade das Escrituras é a mais potente arma contra o pai da mentira.
No final do Sermão do Monte, o SENHOR Jesus afirmou que nossa única segurança espiritual se encontra em ouvir e praticar a Sua Palavra. Caso contrário, a casa da nossa vida perderá sustentação quando for atingida por provações e tentações. O caso do missionário mencionado é um exemplo de alguém que conhecia a Palavra de Deus e tinha experiência em praticá-la. Certamente, no momento da tentação, o Espírito de Deus falou aos ouvidos da sua alma, anunciando o perigo. Infelizmente, foi advertido pela Palavra, mas não a pôs em prática. Em um momento, o edifício da sua vida espiritual desabou e, como Jesus disse, no final do Sermão do Monte, “foi grande a sua ruína”.
Meditemos na Palavra, sejamos vigilantes e continuemos pedindo sempre ao Pai que está nos Céus: “Livra-nos do mal.”