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Jesus, o compassivo Filho de Davi

Eram os últimos dias do ministério terreno de Jesus. A essas alturas, as evidências de que Ele era o Messias estavam absolutamente claras até para o cego Bartimeu da cidade de Jericó, que, ao notar a aproximação de Jesus, pôs-se a clamar, querendo a chance de se aproximar d’Ele como um náufrago que se agarra desesperado à última boia ao seu alcance. Desse modo, sem se importar com o incômodo que causava nos transeuntes, repetia insistentemente: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (Marcos 10.47).

Segundo as Escrituras, ser filho de Davi era um requisito indispensável da messianidade. Era exigida do Messias sua ligação comprovada com a linhagem real que tinha o rei Davi como cabeça. É por isso que o evangelista Mateus, cujo livro foi escrito para mostrar que Jesus era o prometido Rei dos Judeus, abre seu relato com a seguinte declaração: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mateus 1.1).

Uma das mais fascinantes promessas messiânicas se encontra no livro de segundo Samuel, capítulo sete. Nos versículos doze e treze desse capítulo, Deus prometeu: “Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino”. Ao falar de um descendente da casa de Davi cujo trono seria estabelecido para sempre, a promessa, necessariamente, teria de ser cumprida por um filho de Davi que, uma vez sentado no trono, ali permaneceria eternamente. Ou seja, teria que ser um filho de Davi e, ao mesmo tempo, o eterno Filho de Deus.

Compreender a promessa de um filho de Davi que fosse, simultaneamente, o herdeiro legal do trono e o Rei eterno não era tarefa fácil. Contudo, nenhuma pessoa poderia ser aceita como o Messias sem que sua história pudesse acomodar, milagrosamente, essas exigências aparentemente contraditórias. Por isso, o evangelho de Mateus, também conhecido com o evangelho do Rei, começa reconstituindo a árvore genealógica de Jesus, comprovando sua ascendência legal até o rei Davi.

Precisamos pensar um pouco mais nas maravilhas escondidas na genealogia de Jesus conforme traçada em Mateus, capítulo um. Por enquanto, devemos nos maravilhar com a percepção do cego de Jericó. Infelizmente, muitos que enxergam não costumam ter a visão desse cego que, convencido de que, perto dele, passava o prometido e divino Filho de Davi, não hesitou em clamar por misericórdia.

Que, neste Natal, meditemos nas palavras do anjo que anunciou aos pastores a grande notícia: “Hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11). Ele nasceu, morreu, ressuscitou, subiu ao Céu e voltará! Portanto, nesta época natalina, certo de que o Messias já veio, ore como o cego Bartimeu: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Essa oração simples pode resultar no mais incrível presente de Natal que alguém possa imaginar!

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1.21).