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O milagre que vence a maldição

Todo aquele que conhece as promessas de Deus apresentadas nas Escrituras, as quais o apóstolo Pedro qualifica como “preciosas e mui grandes” (2Pe 1.4), tem enorme consolo nas palavras que o anjo Gabriel disse a Maria: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1.37).

A promessa do SENHOR feita a Davi de que estenderia por toda a eternidade a dinastia davídica por meio de um descendente chegou a espantar o próprio rei Davi pela sua grandeza. Contudo, no sexto século antes de Cristo, uma maldição sobre o rei Jeconias, descendente direto de Davi e penúltimo rei a assentar-se no trono antes do exílio, parece tornar a promessa do SENHOR impossível de ser cumprida. Esse rei, que era um elo natural no ramo genealógico que ascendia até Salomão, foi amaldiçoado para não ter filhos que o substituíssem no trono. Em Jeremias 22.30, lemos: “Assim diz o SENHOR: Registrai este como se não tivera filhos; homem que não prosperará nos seus dias, e nenhum dos seus filhos prosperará, para se assentar no trono de Davi e ainda reinar em Judá”. Aqui, a promessa feita a Davi parece impossível de ser cumprida, pois uma maldição sobre Jeconias proibia que um descendente direto de Davi se assentasse no trono.

Se cremos que a Escritura, por ser a Palavra de Deus, não pode falhar, como a promessa feita a Davi se cumpriria, se o próprio Deus, aparentemente, estava dizendo que iria interromper a linhagem da realeza davídica? Esse não seria um caso óbvio de contradição das Escrituras, visto que o próprio Deus parece desfazer Sua própria promessa?

A solução para esse dilema está no maravilhoso plano do nascimento virginal. Por esse meio, Deus mantém a Sua Palavra de bênção e maldição encontrada na linhagem de Davi. Como sabemos, José era da casa e família de Davi, sendo um ramo na árvore genealógica davídica do qual descendem Salomão e os demais reis de Judá. Se Jesus fosse filho natural de José, Ele não poderia ser o Messias, pois estaria sob a maldição proferida contra Jeconias. Por outro lado, para cumprir as exigências das profecias messiânicas, Jesus precisaria ter direito legal ao trono de Davi. Isso vai acontecer porque, assim como em nossos dias, naquele tempo, um filho adotado gozava os mesmos direitos de um filho natural. Além disso, como um bônus da providência divina, ainda devemos levar em conta que Maria, a mãe de Jesus, também era da linhagem davídica, por meio de Natã (Lucas 3:31).

O que essa incrível história deve nos trazer à memória enquanto celebramos o Natal? Podemos repetir confiantemente as palavras de Jó: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2). Natal é tempo de descanso… Descanso nas “preciosas e mui grandes” promessas do nosso Deus fiel. A maldição do pecado se dissipa no plano do amor de Deus, que nos alcança por meio da vinda do Seu Filho!