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O homem em luta contra o Rei

A maior de todas as batalhas se trava no coração humano. Inconformados com sua condição de criaturas dependentes do Criador, alguns homens se exaltam e resolvem lutar contra Deus e contra Sua Palavra. Um perfeito exemplo dessa atitude é o rei Herodes, governador da Judeia na época do nascimento de Jesus.
Tendo caído no favor do governo romano, Herodes assumiu uma posição de destaque. Pacificou a região, fez importantes ajustes políticos e chegou a reformar e embelezar o templo em Jerusalém. Era um governante poderoso e chegou a ser conhecido como Herodes, o Grande.
Na verdade, Herodes não era um nome próprio, mas um título que designava uma família importante. Além de Herodes, o Grande, há outros citados no Novo Testamento: Herodes Felipe, Herodes Antipas, também conhecido como o tetrarca, Herodes Agripa I e Herodes Agripa II. Ter seu nome ligado a uma dinastia era sinal de dignidade. Por isso, o Herodes que recebeu a notícia do nascimento de Jesus ficou conhecido como Herodes, o Grande. E, na sua ilusão de grandeza, tentando lutar contra o plano de Deus, acrescentou ao seu currículo o terrível fato da matança das crianças de até dois anos de idade da cidade de Belém e arredores. Ele fez isso pensando que, por esse meio, iria matar o menino Jesus.
Mateus nos diz que, quando José e Maria estavam no Egito, para onde fugiram a fim de livrar Jesus da morte, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e disse: “Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino” (Mateus 2.20). Jesus sobreviveu, e Herodes pereceu dentro de pouco tempo. Lutar contra Deus é uma luta perdida.
É uma pena que a história humana possa ser contada a partir da rebelião das criaturas contra o Criador. Por essa razão, o profeta Isaías diz: “Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça” (Isaías 45.9). Essa profecia combina com o que disse Napoleão – militar, líder político e imperador da França no século XIX: “Procurei em vão, na história, alguém parecido com Jesus Cristo ou alguma coisa que se assemelhasse ao evangelho (…) Nações desaparecem, tronos caem, mas a igreja de Cristo permanece”. É exatamente assim. Herodes, o Grande, juntamente com todos os demais Herodes que lhe sucederam morreram, e seus nomes estão perdidos nas cinzas obscuras da história. Se não fosse por Jesus, a quem ele tentou matar, Herodes seria uma figura esquecida como tantos outros que se levantaram contra Deus através dos séculos.
Em contraste com o que fez Herodes, Mateus nos apresenta os magos ou sábios do Oriente. Enquanto Herodes expressou completa rejeição ao rei Jesus, os sábios se curvaram diante d’Ele em adoração. Que o testemunho dos magos transforme o nosso Natal. Que, ao invés de lutarmos contra o Rei, consagremos a Ele aquilo que poderá traduzir nossa completa devoção: ofereçamos a Ele toda a nossa vida.