Maria: a corajosa serva do SENHOR
Há sempre pessoas que manifestam interesse em servir a Deus, contudo, quando chega a provação, falta-lhes coragem para seguirem firmes no caminho da obediência. Maria, a jovem virgem de Nazaré, escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus, oferece-nos um exemplo diferente.
Por ocasião da visita do anjo Gabriel, o texto sagrado descreve Maria como uma “virgem desposada” com José (Mateus 1:18; Lucas 2:27). Para entendermos realmente o significado desse incrível evento, precisamos voltar um pouco no tempo e resgatar alguns aspectos da cultura judaica do primeiro século que dizem respeito à preparação e consumação do casamento.
Uma virgem desposada, normalmente, era uma jovem que, há pouco, havia atingido a puberdade. Naquele tempo, os jovens se casavam cedo. Era uma forma de evitar os perigos das paixões da vida adulta. Na verdade, essa fase da vida que hoje chamamos de adolescência não era reconhecida na antiguidade. Um período de indefinição pessoal entre a infância e a vida adulta, com traços de rebeldia, não fazia parte da descrição da escala do desenvolvimento humano. A pessoa ou era uma criança ou, um adulto. Desse modo, tão logo a criança atingia a puberdade, era introduzida no mundo dos adultos, correndo para estar mental e emocionalmente preparada para se portar como uma pessoa madura.
Ao receber a visita do anjo, Maria deveria ter entre treze e quatorze anos. Quando uma moça atingia essa idade, seu pai entrava em acordo com o pai do rapaz que fora escolhido para receber a jovem como esposa. Feito o acordo, a jovem passava à categoria de “desposada”, isto é, comprometida com o seu futuro esposo. A partir daquele ponto, era considerada legalmente casada, embora ainda não vivesse com o esposo. Nessa fase, o rapaz trabalhava, fazendo os preparativos para o casamento. Esse tempo servia também para atestar a fidelidade do casal. Caso um dos dois se envolvesse fisicamente com alguém, o ato seria considerado adultério e, para a separação, seria exigido um processo de divórcio.
Imagine Maria nessa condição, ouvindo do anjo Gabriel: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus” (Lucas 1.31). Como ela iria enfrentar as consequências dessa gravidez? Qual seria a reação da família? E José, o que ele pensaria? Ele ainda manteria o compromisso ou começaria, imediatamente, o processo de divórcio? Era uma situação bastante delicada que poderia levar até ao apedrejamento, uma pena possível para uma jovem desposada que caísse em adultério.
Precisamos reconhecer e honrar a coragem de Maria de obedecer a Deus, a despeito do preço que iria pagar. Infelizmente, por muito menos, mostramo-nos indispostos a manter nosso compromisso de fidelidade ao SENHOR. Queremos servi-l’O apenas quando não temos custos.
Você, novamente, está pensando em tomar decisões importantes neste Natal? Então, comece seguindo o bom exemplo de Maria, que disse ao mensageiro angelical: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (Lucas 1.38).