Adoração que brota da encarnação
Com razão, nossos corações se aquecem com a aproximação da noite de Natal. A expectativa do reencontro com familiares, amigos e irmãos em Cristo mexe com nossas emoções e deixa a nossa alma repleta de uma santa ansiedade. Tudo isso é bom, legítimo e, plenamente, justificável. Mas a celebração dura alguns momentos, enquanto a vida segue. Assim, quando termina a celebração natalina, e um novo dia surge anunciando outro ciclo, o que restará em nossos corações no dia 25 de dezembro? Como a maravilhosa lembrança do Natal modificará a jornada da vida que segue?
Quando, no primeiro Natal, os sábios do Oriente chegaram a Jerusalém, eles tinham um alvo bem definido. Por isso, sem perda de tempo, perguntavam ao povo: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mateus 2.2). A busca pelo menino Jesus não era movida por outra força interior, senão o desejo de adorá-l’O.
Adoração é uma reação legítima de uma criatura perante o Criador. Adorar significa curvar-se em pela rendição, reconhecendo que o SENHOR é digno de toda honra, glória e louvor. Adoração nasce da nossa admiração e respeito para com Aquele que não somente criou todas as coisas, mas as sustenta por meio da Sua providência.
Certamente, os sábios ficaram emocionados com a oportunidade de contemplar Aquele cujo nascimento fora anunciado no firmamento. Todavia, a razão da longa viagem feita pelos sábios do Oriente não se encerrava na emoção ou na admiração que o evento produzia. Além de apenas um coração aquecido, os sábios demonstraram um espírito submisso. Era maravilhoso contemplar, no recém-nascido Rei dos judeus, a veracidade da profecia. Era gratificante olhar com encantamento o menino que também era Deus, o Verbo que se fez carne. Contudo, todas essas maravilhas perderiam seu encanto se a adoração não fosse o ápice daquela jornada.
É triste constatar que a adoração que deveria estar permanentemente ligada à celebração da encarnação esteja, de modo geral, tão distante das festividades natalinas. As pessoas se juntam para festejar a amizade, a saúde e as conquistas. Em muitos casos, as festas têm o Natal como pretexto, embora o Aniversariante esteja completamente ausente.
O verdadeiro impacto do Natal acontece quando meditamos na encarnação de Cristo e, em resposta à tão grandiosa prova de amor, abrimos perante Ele o tesouro do nosso coração e rendemos a Ele tudo o que há de mais precioso em nós.
No capítulo cinco do Apocalipse, João descreve uma cena celeste impressionante em que uma multidão inumerável de anjos e homens adora a Cristo, proclamando com grande voz: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Apocalipse 5.12).
Não permita que a celebração do Natal fique dissociada da adoração. E se, porventura, você não conseguir achar as palavras exatas para adorar o Rei Jesus, una-se aos seres celestiais que foram vistos por João. Reconheça que somente Ele é digno de receber “o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor”. E, por isso mesmo, Ele é digno de ser o SENHOR absoluto da sua vida.