Uma vida realizada em Jesus
A Bíblia, nem sempre, traz informações detalhadas acerca dos seus personagens. Muitas pessoas aparecem muito brevemente nas Escrituras, no entanto, a despeito das limitadas informações, conseguem deixar fascinados os leitores do livro sagrado. Esse é o caso de Simeão a quem Lucas descreve como um homem “justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele” (Lucas 2.25).
Apesar da incredulidade e cegueira espiritual dos judeus, Deus conservou através dos séculos, um pequeno remanescente fiel, um grupo de pessoas que acreditavam nas profecias e esperavam fervorosamente o cumprimento da promessa do Messias. Assim, enquanto a nação, em geral, estava imersa em frieza, formalismo religioso, legalismo e hipocrisia, Simeão, sendo parte dos piedosos de Israel, esforçava-se para viver de modo temente a Deus, esperando a consolação de Israel. Sem dúvida, à época do nascimento de Jesus, a nação precisava urgentemente de consolação. É interessante que o vocábulo “consolação” vem de uma raiz grega que significa ajuda, conforto ou suporte. Simeão sofria e clamava ao Deus de Israel que cumprisse a promessa do Messias, pois, somente Ele poderia trazer àquela nação o conforto e o auxílio espiritual de que ela desesperadamente precisava. Simeão, claramente, conhecia Isaías 40.1, onde Deus diz por meio do grande profeta messiânico: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus”. Olhando a sua volta, Simão não podia aquietar a sua alma aflita, porém, quando se voltava para a promessa do SENHOR, renovava suas esperanças, pois, segundo Lucas, “Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor” (Lucas 2.26).
Certo dia, o Espírito Santo levou Simeão até o templo. Ao chegar ali, encontrou José, Maria e o menino Jesus, que estava com quarenta dias de nascido. A família tinha vindo ao templo para cumprir os rituais de consagração que o Antigo Testamento ordenava. Ao ver Jesus, “Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lucas 2.28–32).
É verdadeiramente impressionante ouvir esse servo de Deus declarar que o SENHOR já podia levá-lo desta vida porque seu maior desejo havia se cumprido, isto é, Simeão acabara de contemplar a salvação de Deus encarnada no Filho de Deus. Depois de contemplar o Salvador, Simeão sentiu-se plenamente realizado e pronto para partir para a eternidade.
Há pessoas que são movidas por grandes sonhos ou expectativas. Vivem em busca de um ideal que, conforme imaginam, sendo alcançado, tornaria suas vidas plenamente realizadas. Enquanto nos aproximamos de um novo ano, é bem provável que aqueles sonhos voltem à superfície e se tornem desejos fortemente acalentados no nosso coração. Não sei qual é o seu grande sonho. Quanto a Simeão, havia uma grande aspiração na sua alma: contemplar a salvação preparada por Deus para o seu povo. É esse tipo de sonho que, sendo uma realidade no nosso coração, nos dá condições de dizer como o apóstolo Paulo: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21). A salvação em Cristo realiza nossa vida!
