Eis a Rocha!
A história do progresso humano segue lado a lado com a batalha espiritual entre a crença e a descrença. Enquanto os homens se reconhecem incapazes diante dos desafios da vida e da incerteza da morte, mostram-se mais inclinados a reconhecer e a reverenciar o seu Criador. Contudo, quando os homens são agraciados com a capacidade do progresso, em geral, viram as costas para Deus e se consideram suficientemente capazes para viver longe d’Aquele que é a fonte da vida.
Os séculos XVIII e XIX foram tempos de enorme progresso em todas as áreas do conhecimento humano. E, por isso mesmo, foram também tempos de grande incredulidade. Os sábios deste mundo se voltaram contra Deus e contra Sua revelação, afirmando que a fé cristã não era nada mais do que um resquício da ignorância medieval. Segundo eles, a crença era uma muleta para os fracos e supersticiosos. Com as novas descobertas e invenções, a humanidade, iluminada pelas luzes da razão, seguia para um futuro glorioso. Nada podia dar errado. Era somente acertar o passo e seguir com ordem e progresso. E assim, convencidos de que haviam descoberto o segredo das forças evolutivas que operavam tanto no mundo natural quanto no ambiente social e espiritual, os sábios e entendidos se esforçaram grandemente para desfazer todas as conexões que pudessem manter, de alguma forma, a humanidade ligada a Deus. Em vários aspectos, conseguiram algum sucesso na sua revolta contra a fé em Deus, todavia, cada vez que tentavam mudar o objeto da fé, deparavam-se com uma Pedra no caminho. Na verdade, não era uma pedra simplesmente, porém uma Rocha eterna, Jesus Cristo, Aquele de quem os homens não conseguiam se livrar.
Devido à contaminação do racionalismo, do liberalismo teológico e do ateísmo que imperava em toda sociedade, no ambiente acadêmico, na segunda metade século XIX respirava-se incredulidade. Os intelectuais iniciavam suas pesquisas e reflexões com uma conclusão a priori: inconcebível a ideia de que exista um Criador supremo que, de algum modo, interage com a criação. Por esse raciocínio, o Cristo das Escrituras, o Verbo eterno que se fez homem, que realizou inúmeros milagres e viveu uma vida perfeita não podia ser aceito de acordo com o que Ele disse acerca de si mesmo, nem de acordo com aquilo que disseram as testemunhas oculares que viveram com Ele e viram a Sua glória, “glória como do Unigênito do Pai”. Para os incrédulos do século XIX, o mais conveniente teria sido simplesmente negar que um homem chamado Jesus de Nazaré existira. Mas esses homens eram estudiosos e ainda conservavam um pouco de honestidade intelectual. Seguir por esse caminho era equivalente a tentar usar um pedaço de pano novo para consertar uma roupa velha: o rasgo ficaria ainda maior. Então, como resolver esse dilema? Que saída os sábios incrédulos encontraram para contornar a Rocha no caminho?
Precisamos voltar a esse tópico, todavia, por enquanto, guarde no coração que a Rocha eterna, Jesus Cristo, tem servido de tropeço para muitos e tem esmiuçado tantos outros sobre quem Ela já caiu. Porém, por outro lado, para os que honestamente investigam os fatos e se curvam à verdade, irão ouvir com atenção o próprio Cristo afirmar: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos…” (Mt 21.42).
Eis a Rocha… Nela, alguns tropeçam, entretanto, sobre ela, outros têm firmado seus pés e estão seguros… eternamente seguros! Qual é a sua situação?