Listen

Description

Buscando Aquele a quem não desejam achar

Anos atrás, quando, pela primeira vez, iniciei um curso de graduação numa universidade pública, passei por uma crise de fé. De repente, em poucos meses, todo o meu edifício de fé que, desde a infância, vinha sendo construído sobre a verdade das Escrituras, parecia estar implodindo. Empolgado com o intelectualismo acadêmico, comecei a admirar alguns professores que, direta e indiretamente, tentavam me convencer de que o ateísmo era a marca essencial de uma mente inquiridora. Dou graças a Deus porque Ele teve compaixão de mim e, dentro de algum tempo, pela comunhão na minha igreja e por boas indicações de leitura, voltei à sensatez. Desde então, aprecio e creio plenamente no que está escrito no Salmo 10:4: “O perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações”.

Nos séculos XVIII e XIX, a negação da fé era a norma entre os intelectuais. Os homens faziam de tudo para destruir a fé em Cristo, mas não conseguiam se livrar do Cristo da fé. Negar Sua passagem na história seria um atestado de ignorância grosseira. Por isso, os sábios deste mundo resolveram, de antemão, e sem acurada investigação, que o Cristo adorado pelos cristãos não era o Jesus histórico. Diziam que os sinais e prodígios no registro dos Evangelhos eram uma idealização dos cristãos primitivos. Tudo não passava de superstição. Eles estavam prontos para falar acerca da admirável humanidade de Jesus, mas, quando se tocava na divindade do Senhor, a conversa era interrompida imediatamente. Assim, por causa da crença no naturalismo, cogitando, mas não investigando, os sábios e entendidos trocaram a verdade de Deus em mentira. A situação foi tão séria que, até em respeitadas escolas de teologia bíblica, desprezaram o Jesus da Bíblia e saíram à procura do chamado Jesus histórico. Isto é, o Jesus real que, segundo eles, estava escondido nos mitos criados pelos Seus discípulos.

É realmente lamentável que, como disse o apóstolo Paulo em Romanos, capítulo 1, homens com tanta inteligência tenham se tornado “nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Romanos 1.21–22). Tinham inteligência, mas faltava-lhes discernimento; tinham conhecimento, porém eram desprovidos de sabedoria. Por isso, eram incapazes de ver a incoerência na sua própria maneira de pensar. Pois, se Jesus era um homem digno e um modelo a ser imitado, o que dizer das suas próprias reivindicações de divindade? Em João 10:30, por exemplo, Jesus disse: “Eu e o Pai somos um”. Aqui, Jesus está declarando Sua divindade. Se esse não for o caso, então Ele está mentindo e, se está mentindo, jamais deveria ser admirado por sua humanidade exemplar.

Se alguém está querendo descobrir quem é Jesus, deveria, no mínimo, levar em consideração o que o próprio Jesus falou acerca de Si mesmo. Do contrário, a busca pode ser desvirtuada, e o investigador vai terminar encontrando não o Jesus real, mas uma caricatura cujo esboço ele já havia rabiscado na sua própria mente antes de iniciar a busca. O problema, contudo, é que esse Jesus que nasce da imaginação dos homens não é o Salvador. Portanto, não nos apeguemos às idealizações do nosso coração nem às conclusões de outros homens, mas procuremos conhecer, por meio das Escrituras, Aquele que, como afirmou o apóstolo Pedro, embora tenha sido crucificado, “Deus o fez Senhor e Cristo”. Esse é o Messias. Esse é o único Salvador!