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A opção da incredulidade

As raízes da incredulidade se acham no coração humano, não no intelecto. Por isso, nenhum incrédulo será convertido a Cristo pela força da argumentação. Evidências em favor da fé estão dentro e fora do homem. O Salmo 19 fala do poderoso testemunho da criação. Na passagem sequencial dos dias e das noites, não existe linguagem articulada, entretanto, a inescapável voz da criação emite sua inconfundível mensagem por toda a Terra. Por esse meio, todos os homens são expostos à clara manifestação de Deus, tanto do Seu eterno poder como também da Sua própria divindade. Por isso, “tais homens são indesculpáveis”, como lemos na epístola aos Romanos, capítulo 1.

O problema da investigação seletiva na qual o coração obscurece a razão é tão antigo quanto o Éden. Um bom exemplo disso são os judeus da época de Jesus. Os escribas e fariseus, por exemplo, tiveram a oportunidade de atestar, em primeira mão, a realidade do poder e da divindade de Jesus. Em vão, procuravam motivos para acusá-l’O. Examinavam, de perto, tanto as palavras quanto a conduta do SENHOR. No entanto, quanto mais O perseguiam, mais ficava patente Sua justiça. O próprio Pilatos, um governador reconhecidamente corrupto, ao examinar as acusações trazidas contra Jesus, foi forçado a declarar: “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4).

A perfeita vida de Jesus era um testemunho poderoso acerca da Sua perfeita divindade. Porém, tão impressionante quanto a evidência da vida perfeita eram os prodígios e sinais que Jesus realizava. Tentando ajudar Felipe a vencer a cegueira espiritual que perdurava mesmo depois de três anos andando com Cristo, o Senhor apelou para o inescapável testemunho dos milagres e disse: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras” (João 14.11). Nesse momento, era com se Jesus estivesse dizendo: “Felipe, se eu não sou um com o Pai como explicar os sinais e maravilhas que você mesmo testemunhou? Você viu a cura do paralítico no tanque de Betesda. Você participou do milagre da multiplicação dos pães e peixes. Você me acompanhou na ressurreição de Lázaro. Se você não consegue captar o sentido das minhas palavras, considere, ao menos, os sinais e prodígios que eu fiz diante de vocês”.

Quando um coração duro está tomado pela incredulidade, as evidências claras acerca da natureza divina de Jesus não são suficientes para produzir a fé salvadora. A decisão de rejeitar a Cristo já foi tomada de antemão. E, por isso, a pessoa não somente rejeita o testemunho acerca de Cristo como se torna um ferrenho oponente da verdade, exatamente como Jesus mesmo disse: “Se eu não tivesse feito entre eles tais obras, quais nenhum outro fez, pecado não teriam; mas, agora, não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim como a meu Pai” (João 15.24).

Ao reconhecerem o impacto da ressurreição de Lázaro, os líderes religiosos não admitiram seu erro. Ao contrário, decidiram que deveriam matar tanto a Jesus quanto a Lázaro (cf. João 12:9-11). Era a força irracional da incredulidade se erguendo contra os fatos.

Os tempos são outros, mas a humanidade é a mesma. As palavras e os milagres do SENHOR continuam entre nós. Evidentemente, os homens não podem se insurgir contra Jesus fisicamente, mas continuam a fazê-lo por outros meios. Alguns rejeitam a Cristo religiosamente, outros, intelectualmente e outros, caprichosamente. Contra fatos não há argumentos, apenas comprometimento. Que Deus nos ajude a ter compromisso apenas com a verdade, jamais com a incredulidade.