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A dúvida que gera a fé

Muitas pessoas lutam seriamente com dúvidas espirituais que lhes impedem de abraçar o evangelho. Nesse aspecto, é importante reconhecer que nem toda dúvida deve ser considerada como algo ruim ou pecaminoso. Há pessoas que duvidam, mas o fazem com sinceridade, as quais preferiam não duvidar. Entretanto, por questão de elogiável honestidade, preferem sofrer com a dúvida a representar uma fé que não seja autêntica. Para não perdemos o equilíbrio e desencorajar as pessoas que têm desejo pela verdade, que ainda estão buscando bases sólidas para suas crenças, precisamos reconhecer que a dúvida espiritual pode brotar de raízes distintas. Há os que se escondem no manto da dúvida para disfarçar sua descrença. Estão sempre preocupados com questões que dizem respeito detalhes menores do relato bíblico, mas o fazem movidos pelo desejo de desacreditar a Palavra de Deus. A esses não podemos, propriamente, classificar como duvidosos ou inquiridores, mas como incrédulos. Por outro lado, há os que duvidam, contudo se angustiam. Sua dificuldade não nasce da decisão de não crer, porém da fraqueza da sua pequena fé.

Nem Jesus nem os apóstolos tiveram qualquer resistência a investigadores honestos. Os fariseus e saduceus nunca foram reprovados por examinarem as Escrituras. Ao contrário, foram incentivados a isso. O problema dos líderes religiosos não estava no desejo de conferir, à luz da revelação de Deus, se as reivindicações de Jesus eram fundamentadas nas Escrituras. A dificuldade com eles estava no fato de não serem honestos na sua investigação. Por isso, à medida que se envolviam com a verdade, mais se tornavam condenáveis, pois o seu único alvo era confirmar as pressuposições dos seus corações incrédulos. Nas palavras do apóstolo Paulo, esses homens eram pessoas que “aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade” (cf. 2 Tim. 3:7).

Considerando que, por causa do pecado, todos nos tornamos espiritualmente desequilibrados, é certo dizer que sempre estaremos lidando com dúvidas, em um aspecto ou em outro, na nossa vida de fé. Isso, às vezes, nos angustia, entretanto podemos descansar na certeza de que Deus compreende a nossa honesta fraqueza. É isso que vemos, por exemplo, na história ocorrida ao pé do monte da transfiguração. Um pai desesperado buscava ajuda para seu filho que, desde a infância, era oprimido por um demônio. Os discípulos tentaram, mas não conseguiram atender ao homem e a seu filho. Quando o homem viu Jesus se aproximando, depois de explicar ao Senhor a grandeza do seu sofrimento, disse em grande dor: “… se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (Mc 9.22). Ao que Jesus respondeu: “Tudo é possível ao que crer”. Então, apertado entre a certeza de que Jesus podia lhe atender e a pequenez da sua fé, o homem disse em profunda comoção: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Mc 9.24).

Esse homem nos ensina muito. Embora estivesse certo de que Jesus era capaz de socorrê-lo, era honesto para admitir que sua fé era pequena. Por isso, fez o que todos deveríamos fazer quando a dúvida nos assaltar: confessar ao Senhor que cremos n’Ele, admitir que, apesar disso, estamos sofrendo com a dúvida e, finalmente, pedir a Cristo que nos ajude a vencer a nossa incredulidade.

Que a atitude desse homem nos ajude a encarar nossas dúvidas e que, ao final, possamos ser vitoriosos pela fé no Senhor Jesus. Aproximemo-nos do SENHOR com sincero coração e Ee nos dará certeza.