Achando o perdido que se estava escondido
“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria. Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.” (Lucas 19.5–8)
Os escribas e fariseus, mais de uma vez, acusaram Jesus de agir em parceria com Belzebu, isto é, o maioral dos demônios. É difícil imaginar como alguém teria coragem de proferir tal acusação contra o Filho de Deus. Segundo esses religiosos, havia uma razão forte para a terrível conclusão: Jesus era amigo de publicanos e pecadores. Jesus não tinha medo de se contaminar.
Intencionalmente, Ele buscava aproximação com os impuros. E, para provar Seu interesse em restaurar pecadores, Jesus chegou a escolher um publicano, Mateus, para fazer parte do grupo seleto dos doze apóstolos.
A opinião dos religiosos não mudava o planejamento de Jesus. Sua passagem por Jericó era parte de um plano pré-estabelecido. Quando Jesus disse a Zaqueu “me convém ficar hoje em tua casa”, a tradução para o Português não transmite a força da língua original. Uma tradução mais fiel seria: “É necessário ficar hoje em tua casa”. A estada do SENHOR com o mais repulsivo pecador de Jericó não era uma questão de conveniência. Na realidade, a situação era bastante inconveniente. No entanto havia uma necessidade, um planejamento divino do qual Jesus não podia nem queria se esquivar. Assim como o Pai se revela como o Deus que busca os perdidos, Jesus, a perfeita revelação do Ser de Deus, é o Messias que tem prazer em buscar e salvar o perdido.
A cena é impressionante! Enquanto Zaqueu, ocultamente, tenta ver Jesus sem ser notado, o SENHOR para no exato local, dirige seu olhar para ele e o chama pelo nome. Simplesmente incrível! Jesus sabia o nome do maioral dos publicanos. Ninguém podia imaginar que tal sucedesse, todavia a verdade é que o caçador é quem estava sendo caçado.
A partir desse momento, Zaqueu já não se importava com seus pecados nem com a opinião pública. Jesus o havia achado como quem encontra agulha em palheiro. Mais do que isso, Jesus falou da necessidade de se hospedar na sua casa. Isso destruiu todas as resistências de Zaqueu, e ele levou Jesus alegremente para sua casa.
Quanto à multidão que observava aquela cena, a reação foi de murmuração e espanto. Se apenas falar com um publicano tornava uma pessoa impura, imagine sentar-se à mesa e se hospedar na casa de um deles. Naquele momento, Jesus causou um grande escândalo para os judeus... o escândalo do extravagante amor de Deus, que deixa os noventa e nove justos e vai em busca da ovelha rebelde que se perdeu.
Assim é o amor de Deus pelos pecadores que Ele encontra e salva. Como já disse um poeta, Deus é o Caçador Celeste.
Zaqueu, Zaqueu, por que te escondes? Por que na folhagem te ocultas?
E, distante, envergonhado, me perscrutas, E tentas caminhar sem saber pra onde?
Meu olhar amoroso já te abraça, Depressa, desce sem demora, pois meu Pai me enviou, chegou a hora Hoje estarei em tua casa.
Com o peso do pecado tens sofrido, o desespero dominou teu coração, Escuta, meu Pai me enviou com a missão De buscar e salvar o pecador perdido.
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! (Romanos11.36).