Listen

Description

Pensando em um amigo que está sendo tragado pelas trevas

​Eu, simplesmente, não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo. Tive que focar bem a visão para ter certeza de que era meu velho amigo, companheiro na obra do SENHOR.

​Infelizmente, era ele mesmo. Na foto, ele aparecia junto com a família; todos, orgulhosamente, fantasiados para irem a algum baile de abertura do carnaval. Triste, fiquei pensando no que teria causado tão grande mudança no meu amigo. Será que ele foi levado a pensar que o mundo é melhor do que Cristo? Que a comunhão do mundo é mais vibrante e confortadora do que a comunhão dos santos? Como era possível? Em que encruzilhada meu amigo havia errado o passo? Por que deixou que as trevas o tragassem? Onde estava aquele jovem dedicado, interessado na Palavra de Deus e que, corajosamente, testemunhou para toda sua família quando nenhum dos seus parentes ainda haviam aceitado o evangelho? E quanto a sua família? Que caminho ele estava trilhando e indicando para seus filhos? Qual seria o futuro dos filhos dos seus filhos? Estaria meu amigo se esforçando para deixar um legado de temor do SENHOR para as gerações futuras? Ou teria ele chegado à conclusão de que introduzir seus filhos no mundo das trevas era melhor do que fazê-los servos da luz?

​Talvez eu nunca venha a ter resposta para essas minhas indagações. Todavia, retornando ao evangelho de João, recordo-me destas palavras: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (João 3.19). Por mais estranho que possa parecer, a verdade é que temos uma imensa e natural inclinação em direção às trevas. Mesmo aqueles que já experimentaram a bondade do Senhor e foram convertidos pelo Espírito Santo ainda batalham com o que as Escrituras chamam de o velho homem ou a carne.

​A Bíblia ensina que precisamos não apenas conhecer a verdade do evangelho, mas ser diligentes em andar no Espírito, viver de acordo com essa verdade, que nos diz que Jesus é não só o nosso Salvador, mas também o nosso SENHOR. Pois, se Ele não é o nosso SENHOR, será que é o nosso Salvador? Sabemos que a vontade de Deus é oposta aos desejos do nosso coração enganoso, “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gálatas 5.17). Se nos descuidarmos no nosso andar com o Senhor, começaremos, pouco a pouco, a nos acostumar com as trevas, os nossos conceitos mudarão, o mundo começará a parecer mais atraente e, de repente, estaremos à vontade no império das trevas, esquecendo-nos de que, de lá, o Senhor Jesus já nos havia libertado com Seu próprio sangue.

​Meu querido amigo, meu irmão, eu sofro porque tive o privilégio de vê-lo sendo gerado, em Cristo, pelo evangelho. Por muito tempo, eu o vi firmemente batalhando pela verdade. Sinto profundamente que as coisas ocultas das trevas, agora, lhe pareçam mais atraentes do que o caminho da luz de Cristo. Não preciso pregar o evangelho para você. Você já o conhece bem. Mas eu preciso lembrá-lo de que a sua decisão de retroceder para as trevas foi a pior que você poderia ter feito.

​Querido amigo, amado filho na fé, espero, em Deus, vê-lo restaurado, fazendo o que você antes fazia com tanta alegria: anunciar ao mundo que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Não sei se você ainda conserva alguma sensibilidade espiritual, espero que sim. Mas, por favor, em um momento sóbrio, depois do barulho destruidor do carnaval, quando toda essa falsa alegria virar cinzas, vá à internet e escute a velha canção “Portas Abertas”, que, no passado, cantamos juntos tantas vezes. E, enquanto você a escuta, pode ter certeza de que “a mesma casa tem portas abertas, pessoas certas, amigos e irmãos”.

​Jesus o proteja, meu amigo!