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O paradoxo do saber humano

O professor, que também era médico, gostava de compartilhar sua frustração com a medicina. Quando optou por ser médico, ele tinha um ideal: ganhar conhecimento para salvar vidas. Entretanto, não muito depois de graduado, na emergência de um grande hospital, atendeu um jovem que havia sido atingido no abdômen enquanto jogava futebol com os amigos. Os médicos concluíram que o rapaz sofria com uma enorme hemorragia interna e precisavam providenciar bolsas de sangue imediatamente. Porém, ninguém tinha informação sobre o tipo sanguíneo do paciente. Considerando que, à época, não se dispunha de meios rápidos para identificar tipos sanguíneos, o tempo empregado em fazer os testes foi fator determinante para que o jovem viesse a óbito. O conhecimento médico não foi suficiente para livrar o paciente da morte, apenas trouxe uma enorme frustração. O médico sabia o que fazer, mas não tinha como fazê-lo. É, nesses momentos, que o conhecimento causa maior dor do que a ignorância.

Novamente, Salomão, em Eclesiastes 1:18, impressiona-nos com suas palavras inspiradas: “Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza”. Certamente, quando o homem emprega toda sua habilidade e inteligência em buscar conhecimento, a motivação final é a alegria que resulta do saber. Quando, em séculos passados, a humanidade percebeu o potencial do progresso humano resultante do conhecimento científico, a expectativa de um futuro brilhante era a certeza que enchia o coração dos homens. Por desprezarem o conhecimento de Deus, os sábios deste mundo perderam o equilíbrio e se entregaram ingenuamente à falsa esperança de que o saber sempre redundará em triunfo.

A pandemia do coronavírus confirma a veracidade das palavras do rei Salomão. Essa não é a primeira pandemia da humanidade, e nem a mais letal. Entretanto, como temos conhecimentos avançados acerca da forma como se dá o contágio viral, muitos estão dominados pelo medo, sofrendo mais de ansiedade do que da própria enfermidade. Exatamente como lemos nas Escrituras: “Quem aumenta ciência aumenta tristeza”.

Enquanto o mundo se desespera e entra em colapso, a paz reina no coração dos que conhecem a Deus e confiam no Seu poder. Tendo certeza de que a Sagrada Escritura é o nosso melhor guia, o homem que teme ao SENHOR segue seu caminho, pois, como lemos em Salmos 199:165, “Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço”. A firme certeza de que “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3) nos dá discernimento para saber agir com prudência, sem desespero, sem pânico. Em momentos assim, quem verdadeiramente conhece a Palavra de Deus se posiciona com equilíbrio. Os estudiosos deste mundo têm conhecimento, os estudiosos das Escrituras têm sabedoria, afinal, o Salmista afirmou: “Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos” (Salmos 119.99–100).

Chega de informação que causa tristeza. Enquanto o vírus nos faz andar em marcha lenta, aproveitemos as horas que ganharmos para meditar na Palavra de Deus. Desse modo, ganharemos paz para enfrentar tanto esta quanto as demais crises que ainda virão.