Listen

Description

O caos da pandemia: O melhor dos tempos e o pior dos tempos

​O famoso romancista inglês da era vitoriana, Charles Dickens, iniciou seu livro “Um Conto de Duas Cidades” com uma sequência genial de contradições: “Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero…” O atual caos social causado pelo coronavírus pode ser também o pior dos tempos e o melhor dos tempos.

​Se analisarmos cuidadosamente, poderemos perceber que, diante da crise mundial, o medo do pior pode nos levar a obter o melhor. Enquanto somos forçados a reduzir o ritmo da vida, muita coisa boa pode aparecer. Não ignoramos o desagradável efeito em cascata que atinge cada área da vida, contudo também não podemos deixar de reconhecer que esse tempo nos faz refletir sobre coisas fundamentais que passam despercebidas quando estamos vivendo em alta velocidade.

​Pensemos um pouco na situação de pânico em que o mundo está agora envolvido. Qual seria a razão final do pavor que domina os corações? Se aprofundarmos o pensamento, tentando desvendar o encadeamento de causas e efeitos, teremos que reconhecer que a aproximação da eternidade é a explicação final para o medo que nos domina. O risco de contrair uma doença para a qual não existe cura nos deixa apavorados, porque o limiar eterno começa a surgir na tela do nosso radar existencial.

​Em Eclesiastes 11:3, a Palavra do SENHOR declara: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”. Por causa da Sua bondade e graça comum, Deus coloca na alma humana o anseio pela eternidade, e isso tanto deslumbra quanto incomoda o coração dos homens. Algo dentro de nós nos diz que “tudo passa rapidamente, e nós voamos”, como escreveu Moisés em Salmos 90:10.

​Carregar os sinais da eternidade dentro do coração causa desconforto porque entre a vida presente e o porvir está o velho inimigo, a morte. No entanto, não há opção. Em Hebreus 9:27, está escrito que “… aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”. Qualquer atalho que nos seja oferecido será ilusório. Em vez de tentar abafar a voz da eternidade e viver fazendo de conta que ela não nos está chamando, o melhor seria reconhecer que ela se aproxima rapidamente e ficar preparados para o que encontraremos tão logo deixemos esta vida.

​Em meio a tantos males trazidos pelo temido coronavírus, há, pelo menos, um benefício: a eternidade que está dentro de nós sobe à superfície e nos força a encarar a seguinte questão: “Qual será o meu destino se os meus dias estiverem chegando ao fim?” Enquanto a vida segue os trilhos da normalidade, somos tentados a esquecer nosso destino final. Entretanto, quando uma ameaça séria nos faz enxergar a proximidade do fim, as grandes questões da vida saltam aos nossos olhos.

​ Estamos vivendo o paradoxo descrito por Charles Dickens. O pior dos tempos do coronavírus pode ser o melhor dos tempos para acertar o nosso passo com Deus e ficar prontos para a eternidade. Se não for hoje, certamente será amanhã. A eternidade está dentro de nós e se aproxima velozmente… você está preparado?

​“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido” (Romanos 10.9–11).