A história do Êxodo: Quando o Deus soberano confronta a arrogância humana
O poderoso rei do Egito não estava preparado para tamanha ousadia. A visita de Moisés e Arão, em si, já passava da conta. Representantes de escravos não tinham direito a uma audiência real. E, para piorar a situação, a mensagem que traziam era um inimaginável disparate. Moisés e Arão tinham um recado de Deus para Faraó que, em poucas palavras, era o seguinte: “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êxodo 5.1).
Faraó ficou enlouquecido de ira. Não cabia na mente do poderoso monarca algo tão sem sentido. Israel estava sob o domínio egípcio há mais de quatro séculos. Se esse Deus tinha poder, por que não se manifestara antes? Por que deixara seu povo debaixo de tão prolongada opressão? Se Ele era realmente poderoso e tinha verdadeiro interesse em Israel deveria ter sido mais ágil em Seus planos. E, agora, diante do grande rei do império egípcio, aparecem esses dois plebeus, que não deveriam sequer ter acesso ao rei, para falar em nome desse Deus desconhecido, que, revelando descabida autoridade, ordena que Israel seja liberado a fim de adorá-l’O.
Confrontado com a ofensiva mensagem de Moisés e Arão, a resposta de Faraó foi rápida, direta e seca: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel” (Êxodo 5.2). Tal resposta não podia ter sido mais precisa. Quem não conhece o SENHOR não teme em desafiá-l’O. Faraó conhecia apenas os falsos deuses do Egito, entre os quais ele também estava incluído, pois o rei do Egito era tido como um ser divino. Com essa visão distorcida de divindade, por causa da loucura da idolatria, Faraó estava julgando que o Deus de Israel era mais um deus falso criado pela imaginação corrompida dos homens. Sendo assim, por que se preocupar? De modo nenhum ele iria ceder, afinal, como diz o profeta Jeremias, “os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem” (Jeremias 10.5).
Por desconhecer o plano de Deus, que contemplava aquele tempo de aflição para Israel, Faraó achou que o silêncio dos céus significava que Deus havia esquecido Seu povo e Suas promessas. E, assim, na Sua longanimidade e paciência, o Deus de Israel permitiu que o Egito crescesse a ponto de ser um império. Mas Ele continuava no Seu trono eterno, pois, como lemos no livro do profeta Daniel, “é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes” (Daniel 2.21). Faraó cresceu na sua soberba e imaginou que, com seu invejável desenvolvimento e o poder do seu exército, ele não precisaria se humilhar diante de Deus. Com certeza, deve ter pensado: “O Egito tem o Nilo,
médicos, exército. Por que nos preocuparmos com as ameaças do Deus de Israel, que nem sabemos quem é?”
O rei Egito não quis ouvir a voz dos mensageiros de Deus, e, por isso, teve que enfrentar a manifestação prática da voz de Deus por meio das pragas. E, quando chega o tempo de Deus, nenhum homem tem poder para resisti-l’O. As catástrofes são meios pelos quais ouvimos a voz de Deus, repreendendo a soberba humana. Ouvi-l’O é o melhor a fazer.