Listen

Description

A história do Êxodo (2): Quem, afinal, está no controle?

O diálogo inicial entre Moisés e Faraó foi muito breve. O rei do Egito não via razão para perder tempo com os mensageiros de um Deus que lhe era desconhecido. Assim, tão logo recebeu a ordem do SENHOR, Faraó respondeu: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel” (Êxodo 5.2).

A ideia de um soberano superior que tinha domínio sobre o rei do Egito era inaceitável. O Egito era um império reconhecido por sua prosperidade e grandeza. Faraó se julgava senhor e não servo. Por isso, o enredo do Êxodo se constrói em torno do tema da soberania. Ao longo da história, Deus age e fala de modo que todos saibam que Ele é o SENHOR.

Revoltado com o desafio de Deus e com Sua autoridade, Faraó toma a decisão de agravar a opressão sobre Israel, conforme lemos no capítulo 5 de Êxodo. Tal decisão foi o meio pelo qual Faraó tentou reafirmar seu desdém para com o SENHOR. Com a intensificação da opressão, Faraó estava enviando ao povo a seguinte mensagem: “Eu estou no controle das suas vidas. Não se deixem enganar. O vosso Deus não tem poder para interferir nas minhas decisões. Vocês estão em minhas mãos. Eu sou o senhor”.

Quando a opressão da escravidão foi intensificada a partir da ira do rei, o povo de Deus reagiu com incredulidade e mostrou ressentimento para com a missão libertadora da qual Moisés fora incumbido. Sentindo na pele apenas o sofrimento aumentado, o povo agiu como se Faraó tivesse razão ao reivindicar controle absoluto sobre seus escravos. Até Moisés, voltando-se para o SENHOR, questionou: “Ó Senhor, por que afligiste este povo? Por que me enviaste?” (Êxodo 5.22).

A libertação de Israel do Egito foi, antes de tudo, uma batalha na qual Deus estava avançando Seus planos eternos nas fronteiras históricas do tempo e do espaço. Como o relógio de Deus segue no Seu próprio ritmo, Faraó concluiu que o SENHOR havia entregado o destino das nações nas mãos de alguns homens. O dilema da passagem do tempo enganou Faraó e pode nos enganar também. Quando, da nossa perspectiva limitada, a contínua avalanche do mal avança sem nos deixar ver um raio de esperança, somos tentados a pensar que alguns homens assumiram o controle do Universo.

Faraó estava absolutamente seguro quanto a sua autoridade. Todas as coisas e pessoas no império egípcio estavam sob seu comando. A atitude de Faraó lembra bem a reação dos reis dos últimos tempos que, enfurecidos contra o plano soberano de Deus, imaginam coisas vãs e se levantam contra o SENHOR e contra o Seu Ungido, dizendo: “Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (Salmo 2.3). A reação do SENHOR? “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles” (Salmo 2.4).

O enganoso e arrogante coração de Faraó estava endurecido. Assim, por meio das pragas, Deus foi envergonhando o soberano do Egito até que ele chegasse a reconhecer quem é realmente o SENHOR.

Gravitando entre os extremos do materialismo ateu e o misticismo religioso, os sábios e poderosos deste mundo não cogitam sequer a possiblidade de Deus estar chamando nossa atenção por meio da presente pandemia do coronavírus. Contudo os que conhecem o Deus Trino das Escrituras sabem que Sua soberania se estende sobre todas as coisas, pois, como Jesus disse em Mateus 10:29, nenhum pássaro, por menor que seja, cai do firmamento sem o consentimento do Criador. Seria razoável, então, achar que esse vírus que apavora o mundo teria se tornado tão ameaçador sem o consentimento do Deus eterno?

Deus usa diferentes meios para nos mostrar que Ele é o SENHOR. A mensagem atual é bastante clara. Como você tem reagido a ela?