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A história do Êxodo (3): A batalha contra a dureza de coração

Quando o anjo avisou à Maria que ela havia sido escolhida graciosamente para ser a mãe do Salvador, ela proferiu um lindo cântico de adoração que está registrado no Evangelho de Lucas, capítulo 1. Nos versos 51 e 52, Maria diz: “Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes” (Lucas 1.51–52).

A história da libertação do povo de Israel do Egito é mais um exemplo, dentre muitos, em que Deus, literalmente, derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Ao longo do relato, enquanto Moisés, mensageiro de Deus, seguia confrontando Faraó, rei do Egito, tanto Faraó como seus oficiais tratavam Moisés com o máximo desdém. Houve ocasiões em que Moisés e Arão foram expulsos da presença de Faraó e proibidos de retornar à corte sob a ameaça de que, se desobedecessem, poderiam receber a pena capital.

Durante as pragas, quando Faraó não via meios de se livrar de algumas delas, requisitava a presença e a intercessão de Moisés, a fim de conseguir alívio. No entanto, quando Deus retirava o flagelo, o texto bíblico diz repetidamente: “Endureceu Faraó o coração e não deixou ir o povo” (Êx 8.32). Na sua leviandade para com as ordens de Deus, o rei do Egito ia levando a situação de maneira zombeteira. Na hora do aperto, buscava ajuda dos Céus, porém, tão logo Deus o abençoava com o livramento, Faraó voltava a ser o homem duro, arrogante e prepotente. Ele achava que estava conseguindo manipular o Deus do Céu, como fazia com as falsas divindades egípcias. Faraó estava esquecendo uma lei espiritual fundamental ressaltada pelo apóstolo Paulo em Gálatas 6:7: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”.

A Palavra de Deus tem validade eterna. Por isso, devemos nos voltar para os seus ensinos, a fim de ganhar discernimento e sabedoria, e não corrermos o risco de seguir pelo caminho da morte. Em Romanos 15:4, o apóstolo Paulo declara: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15.4).

Enquanto lemos a história do Êxodo, devemos aprender com Faraó sobre o perigo de zombarmos de Deus. Em nossos dias, a mensagem do evangelho tem sido disseminada abundantemente. Com terna misericórdia e admirável paciência, o SENHOR tem apelado ao coração dos homens. Infelizmente, a reação tem sido de zombaria e consistente desprezo. Aparentemente, estamos vivendo uma época onde as pessoas estão inclinadas às coisas espirituais. Há uma atmosfera de triunfalismo espiritual devido à proliferação de igrejas e cultos. As pessoas enchem os templos aos milhares e se orgulham em dizer que o Brasil é do SENHOR Jesus. São marchas, passeatas e eventos feitos em nome de Deus e por pessoas que se declaram servos de Jesus e têm prazer em adorar a si mesmas, declarando: “você tem valor!” e “vai dar tudo certo!”. São muitos acerca dos quais poderíamos aplicar acertadamente as palavras do SENHOR: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15.8).

A perspectiva é que, por causa da Sua graça, Deus nos livre, em breve, da peste do coronavírus. Que o nosso coração não se endureça como aconteceu com Faraó, pois o cálice da ira de Deus pode transbordar e, de repente, poderemos ser tragados, não pelas águas do Mar Vermelho, mas pelos vagalhões do juízo eterno, não tendo mais nem tempo nem forças para alcançar a praia da vida. Que lutemos contra o vírus e vençamos a dureza do nosso coração.