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A história do Êxodo (5): Quando nosso jeito não dá jeito

Faraó cometeu muitos erros, e, por isso, pagou um preço alto. A lista dos equívocos do rei do Egito é bastante extensa, mas assumir que o SENHOR Deus poderia facilmente se encaixar nos seus moldes conceituais foi a base do seu erro.

Motivado pelo enganoso desejo de não encarar a verdade sobre o ser de Deus conforme revelada nas Escrituras, o homem procura reverter a ordem da criação e cria um ídolo “à sua imagem, conforme a sua semelhança”. Logo essa caricatura da divindade se fortalece pela substância do engano que brota do coração pecaminoso, e, muito rapidamente, o idólatra pensa que o deus criado pela imaginação humana pode tomar o lugar do Deus verdadeiro.

Foi assim que Faraó caiu no erro de zombar de Deus. Na hora do sufoco, ele se comprometia em obedecer às ordens do SENHOR, contudo, dentro de pouco tempo, retrocedia, endurecia o coração e esquecia o que prometera. Era um homem infiel brincando com o Deus fiel. Já na segunda praga, por exemplo, sentindo-se incomodado com a peste das rãs, o texto sagrado diz que “chamou Faraó a Moisés e a Arão e lhes disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; então, deixarei ir o povo, para que ofereça sacrifícios ao Senhor” (Êxodo 8.8). Moisés rogou ao SENHOR e foi atendido. O que aconteceu em seguida? “Vendo, porém, Faraó que havia alívio, continuou de coração endurecido e não os ouviu, como o Senhor tinha dito” (Êxodo 8.15). E, assim, aconteceu em algumas outras pragas.

Até onde se podia ver, Faraó estava se saindo bem diante do juízo de Deus. Quando dava, ele aguentava o peso da mão do SENHOR. Quando a crise ficava insuportável, recorria ao velho truque: prometia liberar o povo, recebia o alívio, não cumpria o que dissera e ficava livre até a próxima praga. Porém, essa brincadeira inconsequente não trazia benefícios para o rei do Egito. Na verdade, até na zombaria de Faraó, Deus, como sempre, estava no controle da situação. Por essa razão, ao anunciar a praga da chuva de pedra em Êxodo, capítulo 9, o SENHOR disse a Faraó: “Pois já eu poderia ter estendido a mão para te ferir a ti e o teu povo com pestilência, e terias sido cortado da terra; mas, deveras, para isso te hei mantido, a fim de mostrar-te o meu poder, e para que seja o meu nome anunciado em toda a terra” (vv. 15-16). Na sua teimosia, Faraó não estava vencendo a batalha. Ele apenas estava fazendo com que a glória de Deus se tornasse conhecida entre as nações por meio dos juízos que o SENHOR executava no Egito. Era uma forma estranha de engrandecer o nome do SENHOR, entretanto era isso que estava acontecendo.

Você pode idealizar um deus segundo suas preferências, mas nunca pense que elas modificam a pessoa de Deus. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Na Sua natureza perfeita, tanto encontramos bondade quanto severidade, como nos diz a Escritura. Em qualquer situação, o pior que fazemos é achar que podemos menosprezar o SENHOR Deus, fazer de conta que o tememos, seguir na vida de acordo com nossos próprios pensamentos e, quando o juízo chegar, tentar dar um jeito. Esse caminho é enganoso, pois, em um momento, tudo pode mudar sem que possamos fazer absolutamente nada.

Só há um jeito de escaparmos do salário do nosso pecado: reconhecer nossa iniquidade e voltarmo-nos para Cristo em arrependimento e fé, clamando por Seu perdão. Essa é a nossa única esperança agora “e na hora da nossa morte, amém!”.