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A história de Ester (2): O Deus fiel cuidando de servos infiéis

Uma pessoa não precisa de grande conhecimento bíblico para saber algo acerca da rainha Ester, a jovem judia exilada que se tornou rainha depois de casar-se com Assuero, o imperador da Pérsia.

Embora, curiosamente, o nome de Deus não apareça na história, é impossível não percebermos a mão do SENHOR em cada detalhe do relato. No livro de Ester, ficamos sabendo como os judeus foram milagrosamente livres do extermínio planejado por Hamã, o primeiro-ministro do reinado de Assuero.

Com o orgulho ferido, por não se sentir honrado por Mordecai, primo da rainha Ester, Hamã, sabendo que Mordecai era judeu, resolveu exterminar toda a nação israelita. No entanto, Ester, incentivada por seu primo, conseguiu reverter o plano de extermínio do seu povo, e Hamã termina sendo enforcado na própria forca que mandara preparar para Mordecai. É uma história fantástica que jamais teria acontecido se não tivesse o Deus de Israel como roteirista e diretor.

Para entendermos o propósito do livro, devemos nos lembrar um pouco da história de Israel. Mesmo antes do exílio babilônico, o SENHOR havia declarado que, após setenta anos, o povo deveria voltar para a terra e começar a grande obra de reconstrução de Jerusalém e do templo. Foi por isso que Ciro, o famoso conquistador persa, sob a autoridade do SENHOR, depois de ter destruído a Babilônia, concedeu liberdade aos judeus, para retornarem a sua terra. Essa era a vontade de Deus, conforme anunciaram os profetas Isaías (48:20) e Jeremias (29:10). Esse, também, era o desejo de Daniel e de todos os fiéis servos do SENHOR que viviam naquele tempo.

Aconteceu, porém, algo estranho. Muitos judeus preferiram ficar nas terras para as quais tinham sido levados. A comodidade e a prosperidade se tornaram impedimentos à obediência a Deus. As conquistas pessoais sufocaram o desejo de retornar à terra prometida, onde poderiam restabelecer o culto no templo e experimentar as bênçãos da aliança que o SENHOR fizera com seus ancestrais. Os judeus que estavam na capital do Império Persa preferiam desfrutar da segurança econômica daquela cidade a retornar a sua terra, como Deus havia ordenado. Diante disso, Deus permitiu que um grande inimigo se levantasse contra o povo. E, se não fosse pelas incríveis intervenções de Deus, a nação teria sido completamente exterminada.

Na observação desses impressionantes livramentos, podemos ver o propósito do livro de Ester: mostrar que nossa esperança está no Deus que é fiel mesmo quando somos infiéis, pois, como afirma o apóstolo Paulo em sua segunda epístola a Timóteo, “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2:13).

Nestes dias estranhos em que um invisível e insignificante inimigo está causando pânico entre as nações, devemos nos lembrar de que o nosso Deus fiel continua no trono do Universo. Podemos até fortalecer todas as nossas defesas e dobrar nossa vigilância, mas a verdade declarada no Salmo 127 continua valendo: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (127.1).

Se você conhece o Deus fiel, não há motivo para desespero.

Sejamos diligentes como Ele mesmo nos ordena, contudo, no final das contas, lembremo-nos de que nossa vida está nas mãos do SENHOR. E se, mesmo sabendo disso, ainda continuarmos agitados e perturbados com o vírus, meditemos nas seguintes palavras do profeta Isaías: “Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes” (Isaías 30.15).

Israel não quis sossegar na fidelidade do SENHOR… Você quer?