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A história de Ester (3): O coração do rei nas mãos do SENHOR

Diz a sabedoria popular que coração é terra que ninguém anda. Para ser correto, esse adágio deveria ser reformulado, ficando assim: “Coração é terra que ninguém anda, exceto Deus”. De acordo com as Escrituras, mesmo o independente coração dos reis se dobra ante os desígnios do Rei dos Reis, pois assim está escrito: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina” (Provérbios 21.1).

Quando enxergamos a história universal pela ótica das Escrituras, entendemos que os fatos visíveis refletem a realidade invisível. Há uma história por trás da história que não deixa de ser determinante e efetiva por estar além dos domínios materiais.

O primeiro capítulo do livro de Ester prepara o palco para a maravilhosa história que seguirá. Tudo começa quando o rei resolve usar a rainha Vasti como adereço para abrilhantar sua festa, e a rainha, surpreendentemente, nega obediência às ordens do soberano da Pérsia. Era um ato de rebeldia e precisava ser punido exemplarmente. Assim, segundo orientação dos sábios da corte, o rei decidiu que Vasti seria substituída. E logo foi publicado o edital para escolha de uma nova rainha, de modo que as jovens da cidadela de Susã poderiam se apresentar para concorrer à cobiçada posição. Foi assim que Mordecai, primo e pai adotivo de Ester, sugeriu que ela se apresentasse como candidata. Já que o edital do concurso não trazia restrições quanto à nacionalidade das candidatas, por que não tentar? Ester recebeu favor tanto dos eunucos do rei Assuero quanto do próprio soberano persa. Desse modo, o improvável aconteceu: uma jovem judia se torna rainha da Pérsia.

O modo inusitado como essa história começou jamais teria se concretizado se tudo estivesse sob o comando das probabilidades. Todavia, uma vez que Deus é quem “efetua tanto o querer quanto o realizar”, os homens seguem seu caminho, convergindo seus pensamentos, decisões e atitudes para a concretização do plano de Deus que tudo faz segundo o conselho da Sua vontade.

Imagine o impacto positivo que essa história trouxe sobre Esdras, Neemias e os demais judeus que tentavam reconstruir Jerusalém debaixo de grande oposição das gentes ao redor. Com essa história, Deus estava reafirmando Sua presença e Sua fidelidade até para com os judeus que não retornaram à sua terra.

Em tempos difíceis como esses que agora vivemos, há sempre o risco de duvidarmos até das sólidas convicções sobre as quais a nossa fé está assentada, e pelas quais temos vivido. Isso acontece porque, como lemos em Provérbios 18:14, “O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?”. Pior do que a possível enfermidade causada pelo vírus é o abatimento do espírito. Um corpo doente é desagradável, mas tolerável. Porém um espírito abatido é um peso insuportável.

Deus está no controle até do coração do rei. Nada escapa aos Seus olhos nem anula Seu poder e sua bondade. Você continua abatido? Então chegou a hora de repetir as palavras do salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Salmos 42.5).