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A história de Ester (4): De onde me virá o socorro?

“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”. Qual de nós já não citou, leu ou ouviu Salmos 121:1–2? Esse texto está entre aquelas partes da Escritura que, tanto pelo conteúdo quanto pela forma, facilmente se fixa em nossa mente e coração. Cuidado! Muitas pessoas se esquecem de empostar a voz em tom ascendente ao ler o primeiro verso. Tal cuidado se faz necessário porque o versículo termina com uma interrogação. Desconsiderando esse fato poderemos não perceber a verdadeira mensagem do texto. O salmista não está dizendo que eleva seus olhos para os montes porque dali vem seu socorro. Não! Na verdade, ele olha para os montes, mas o seu coração se eleva para Aquele que existe “antes que os montes nascessem” (Salmos 90:2). Os montes em volta de Jerusalém são imponentes e transmitem a sensação de segurança. Então, serão os montes a fonte do nosso socorro? A resposta do salmista é: “O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”.

Ester, capítulo 2, ajuda-nos a avançar no entendimento dessa pequena grande história. Nesse capítulo, o rei Assuero aparece calmo, mas vacilante. Na sua explosão de ira por causa da desobediência de Vasti, Assuero decretou que a rainha rebelde fosse deposta da sua posição de honra. Depois de algum tempo, o rei dá sinais de tristeza pela decisão tomada intempestivamente. Nesse capítulo também somos apresentados ao judeu Mordecai. Um judeu, de fato, mas que havia perdido sua identidade judaica, talvez, para ascender política e socialmente no Império Persa. Nem sabemos seu nome de nascimento. Ele aparece já com um nome estrangeiro que faz referência ao deus persa Marduque. Sua prima, filha adotiva e futura rainha é também conhecida por seu nome gentio, Ester, que significa estrela numa possível alusão à deusa Istar. Esse nome foi usado para substituir Hadassa, seu nome judaico.

Nessa parte da história, somos informados como Mordecai treinou Ester para, astutamente, manter encoberta sua nacionalidade, a fim de lograr êxito no concurso para rainha. No entanto, para continuar com sua identidade secreta, Hadassa ou Ester teria que adotar o estilo de vida persa. Isso significava comer alimentos que eram proibidos aos judeus e se dispor a casar-se com um homem idólatra e que não pertencia à linhagem de Israel. Na verdade, uma das provas para as candidatas envolvia dormir com o rei antes de se tornar uma das suas esposas. As que não agradassem, seriam acomodados no harém real, passando a ter o status de concubina permanente do rei Assuero.

Para os fiéis servos do SENHOR, a lição era óbvia: Deus era a única fonte de livramento do Seu povo, porque Ele permanece fiel, ainda quando somos infiéis. Mordecai e Ester serão reconhecidos por sua disposição de lutar para evitar o extermínio da nação de Israel. Porém, se as promessas de Deus ao povo estivessem condicionadas à fidelidade de Mordecai ou da rainha Ester, tudo se teria perdido. O povo precisava manter na mente a certeza de que Deus era sua real esperança, pois Ele é sempre fiel.

A situação está difícil? As ameaças e perigos estão a nossa volta? Para onde elevarei os meus olhos? Onde encontrarei refúgio? Na minha capacidade de me guardar? Na sabedoria dos homens? Nas providências do Governo? Nas vacinas que podem me proteger dos vírus?

A verdade é que nada do que façamos ou recebamos pode nos garantir a vida, a saúde e a paz. Isso significa que não temos a quem recorrer? Escute novamente o salmista… “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.”