Listen

Description

A história de Ester (7): A inescapável e antecipada providência do SENHOR

Somos orgulhosos demais para admitir nosso orgulho. Mas a verdade é que, sem exceção, todos nós, grandes ou pequenos, simples ou sofisticados, ricos ou pobres, estamos infectados pelo vírus da arrogância, uma triste herança da queda do homem no pecado.

Por isso, na epístola de Tiago, capítulo 4, o texto fala acerca das nossas “arrogantes pretensões” (v. 16), do nosso orgulho maligno, pelo qual fazemos planos para o dia de amanhã, agendamos viagens, marcamos compromissos e sonhamos com lucros, sem levarmos em conta que o amanhã pertence a Deus, e que somos tão instáveis como uma neblina que aparece por um momento e logo se dissipa. Isso não significa que as coisas nunca sairão com planejamos, mas que os planos só foram executados porque Deus permitiu que assim acontecesse.

Na história de Ester, o homem que, aparentemente, está no controle da situação é o rei Assuero, que, no seu vasto domínio, contava com cinquenta milhões de súditos. Ele é quem faz e acontece. Sua arrogante pretensão era tanta que, quando uma tempestade destruiu uma ponte que seus engenheiros estavam construindo no Helesponto, atual Dardanelos, na Turquia, para que, por ela, seus exércitos pudessem alcançar a Grécia, Assuero mandou decapitar todos os engenheiros e ordenou que seus soldados açoitassem o mar com trezentas chicotadas. O rei da Pérsia não admitia ter seus planos frustrados nem pelas forças da natureza.

Aliás, foi a sua incapacidade de dominar o mar que contribuiu para que Assuero decidisse avançar o plano de escolher uma substituta para a rainha Vasti, que fora destituída do cargo por não atender às ordens do rei. O capítulo 2 do livro de Ester conta os detalhes do edito real e a maneira como as candidatas seriam preparadas. O historiador Josefo escreveu que, dentre os milhares de moças do império, quatrocentas foram selecionadas na primeira prova eliminatória. Todas essas seriam submetidas a doze meses de embelezamento e treinamento minucioso enquanto sonhavam com a possiblidade de ser a próxima rainha. Entretanto, depois que as quatrocentas candidatas foram apresentadas ao rei, o texto sagrado diz: “O rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha em lugar de Vasti.” (Ester 2.17). Sabe o que isso significa? Uma jovem órfã pertencente a um povo exilado e odiado estava chegando à posição em que todas as mulheres da época gostariam de estar. Isso não foi sorte nem coincidência. Ester se tornou rainha porque havia um Soberano maior que Assuero que a tinha inserido nos Seus planos. O Rei dos reis estava avançando Seus propósitos por meio das afeições do imperador da Pérsia. E, assim, fica mais uma vez confirmado que “como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina.” (Provérbios 21.1). O SENHOR tinha um projeto que demandava a influência de uma rainha. Por isso, Ester foi a escolhida.

Nosso orgulho nos faz sofrer porque gostamos da ilusão de que estamos no controle da situação. Essa é a razão por que tem tanta gente amargurada com os impactos do vírus. Sem pedir licença, o insignificante micro-organismo foi se espalhando até que o mundo inteiro teve que se submeter às suas ameaças. No entanto, em vez de ficarmos resmungando e curtindo nossa ira, é hora de aprendermos que somos como uma neblina que aparece e logo se dissipa. Portanto, da próxima vez que você estiver fazendo seus planos, não se esqueça de iniciar da seguinte forma: “Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tiago 4.15).