A história de Ester (9): Libertos do poder das trevas
Muitas pessoas vivem assustadas com a possiblidade de serem atingidas por uma maldição. Até mesmo os céticos quanto aos poderes do mal preferem não arriscar. O raciocínio é o seguinte: pelo sim ou pelo não, melhor ficar precavido com objetos sagrados, rituais e superstições que, supostamente, serviriam como escudos protetores contra os ataques do Maligno.
De acordo com a Bíblia, o mundo espiritual está dividido em duas partes: o reino da luz e o reino das trevas. No primeiro, a glória de Deus está presente, e os servos de Deus atuam sob a vontade do Pai celeste. No segundo, a figura central é o príncipe das trevas, que luta com todas as suas forças para manter os homens aprisionados pelo medo. Todas as pessoas, sem exceção, estão em um desses dois reinos. Quanto a Hamã, o odioso inimigo dos judeus, é fácil perceber de que lado ele está.
Por tudo que o texto revela acerca de Hamã, podemos perceber que suas atitudes e ações foram idealizadas sob a direção do “príncipe da potestade do ar, do espírito que atua agora nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2). Dois fatos confirmam essa conclusão. Primeiro, Hamã é repetidamente chamado de inimigo dos judeus. Ele age de maneira astuciosa, com o fim de aniquilar o povo da promessa, por meio do qual viria o Salvador. Essa consumada oposição contra os judeus ao longo da história é típica dos inimigos de Deus. Em segundo lugar, no capítulo 3 do livro de Ester, o texto sagrado nos informa que Hamã procurou ajuda de magos e astrólogos para definir a melhor data para o extermínio da nação de Israel. Nas Escrituras, consistentemente, Deus condena os que procuram desvendar o futuro ou o passado por meio de adivinhações, encantamentos ou consulta aos mortos. No livro do profeta Isaías está escrito: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is 8:19-20). As chamadas “ciências ocultas” são abomináveis ao SENHOR que, por natureza, é luz. Acerca disso, assim afirma o apóstolo João: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1João 1.5).
Ao desvendar os planos do ocultista Hamã, o escritor sagrado está ensinando ao povo de Deus que não precisa temer o Maligno, pois a Escritura diz: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca” (1João 5.18). Foi por essa razão que o rei Balaque não conseguiu que o falso profeta Balaão amaldiçoasse a Israel. O motivo é claro nas palavras do próprio Balaão: “Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o Senhor não denunciou?” (Números 23.8). Também em Números 23:23, Balaão declara: “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel…”
Não negamos que Satanás é um ser poderoso, inteligente e extremamente sagaz. Como diz o apóstolo Paulo, “não lhe ignoramos os desígnios” (2Co 2.11). No entanto, não precisamos ficar tomados pelo medo. Os que creem em Cristo como Seu único Senhor e Salvador já receberam a vitória na cruz e na ressurreição. Agora, descansam na maravilhosa promessa de que o Maligno não lhes toca. Para os filhos de Deus, continua valendo o “arreda, Satanás” que saiu dos lábios do SENHOR Jesus. Em Cristo, estamos livres de toda maldição.