A história de Ester (18): A soberba precede a ruína
Entre os belos ensinamentos que Salomão compartilha com seu filho no livro de Provérbios, a instrução quanto ao perigo do orgulho recebe merecido destaque. É isso que lemos, por exemplo, em Provérbios 16:18: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.” Nesse mesmo sentido, em Provérbios 17:19, está escrito: “O que ama a contenda ama o pecado; o que faz alta a sua porta facilita a própria queda.”
A prova prática dessas verdades é encontrada no capítulo 6 do livro de Ester, que registra o início da decadência de Hamã. É curioso como, a partir desse ponto, a história ganha inesperada velocidade. O capítulo 5 nos apresenta Hamã jubiloso e envaidecido com a honra de ter sido convidado para os banquetes da rainha Ester. Nesse momento, Hamã se incomoda apenas com o detalhe de não receber a honra que achava que Mordecai lhe devia. Era um detalhe, porém lhe causava incômodo. Então, para satisfazer seu ego, imediatamente, Hamã segue o conselho dos seus sábios conselheiros que, na verdade, eram magos que, supostamente, podiam ler o futuro. Esses conselheiros junto com a esposa de Hamã, unanimemente, sugeriram que Hamã mandasse levantar uma estaca e, nela, assim que tivesse o consentimento do rei, fosse ordenada a execução de Mordecai.
Esses são os eventos do capítulo 5. No entanto, assim que o leitor começa a ler o capítulo 6, percebe que os ventos sopram em outra direção, e Hamã, apesar da sua autoconfiança e admirável posição, começa a cair diante de Mordecai, caminhando, a passos largos, em direção à morte. Em questão de horas, e sem explicação aparente, a luz da justiça começa a despontar, e a soberba de Hamã pavimenta o caminho para sua completa ruína. Depois de ter sido forçado pelo rei a oferecer a Mordecai a mais alta honra, Hamã retorna para casa envergonhado e com a sensação de que algo muito ruim está vindo em sua direção. Visto que os persas eram muito ligados às interpretações supersticiosas dos acontecimentos, crendo que a vida de uma pessoa seguia as determinações da sorte ou do azar, o pessimismo com que Hamã interpretou os fatos humilhantes a que foi submetido é também confirmado pelos pressentimentos dos conselheiros e da Zeres, sua esposa.
Quando uma pessoa desconhece a revelação bíblica acerca da Pessoa de Deus, dos Seus atributos, da Sua vontade e dos Seus planos não consegue perceber que nossos dias são determinados pelo SENHOR que está no Céu “e tudo faz como lhe agrada” (Salmos 115:3).
Examinando a queda humilhante do orgulhoso Hamã à luz da sabedoria divina expressa no livro de Provérbios, podemos atestar esta verdade declarada por Salomão: “Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o Senhor” (Pv. 21:30). Por isso, escutemos o que disse Davi, o pai de Salomão, em Salmos 37:1-5: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde. Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.”
Descansemos no SENHOR. Ele continua no comando.