A história de Ester (23): O infalível socorro do SENHOR
Um conhecido provérbio popular declara: “Para tudo tem um jeito. Só não tem jeito para a morte.” Seguindo a mesma lógica, outro conhecido provérbio diz que “enquanto há vida, há esperança”. Sou admirador e usuário da sabedoria popular, porém, há muito, deixei de usar esse provérbio que dá à morte a palavra final. Acho que, nesse ponto, a sabedoria popular fica aquém da verdade.
A história geral e a bíblica nos informam que decretos publicados pelos soberanos da Pérsia não podiam ser revogados. Nas Escrituras, temos essa informação na história de Daniel e na de Ester. Por isso, quando a decreto do extermínio dos judeus foi publicado pelo rei Assuero, Mordecai rasgou suas vestes e saiu pranteando publicamente. O decreto sacramentando a morte dos judeus causou uma comoção que entristeceu até pessoas que não pertenciam ao povo de Israel e que, por essa razão, não seriam alvo do extermínio. Aonde quer que a notícia chegava, as pessoas que a ouviam tinham seus corações tomados por excessiva tristeza. Foi assim tanto na cidade de Susã, capital do império, quanto nas demais localidades que compunham o vasto Império Persa. A lei trazia o selo do rei; a morte tinha dia e hora marcados.
Recordando os eventos da história de Ester, lembramo-nos de que Mordecai, quando pediu que Ester se apresentasse perante o rei, completou sua mensagem dizendo: “Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Ester 4.14). Mordecai estava plenamente consciente da gravidade da situação. Apesar disso, revelou confiança na expectativa de que, mesmo que Ester se omitisse, de outra parte se levantaria para os judeus socorro e livramento. Apesar das muitas evidências de que Mordecai não era um judeu fiel ao seu Deus, ele tinha certeza de que o seu povo não seria exterminado, pois, caso isso acontecesse, as promessas de Deus cairiam por terra. Naquela situação, estava em jogo a fidelidade de Deus, por isso Mordecai tinha tanta certeza de que seu povo seria salvo.
Se, como dizem as pessoas, a morte é um problema para o qual não há jeito, os judeus estariam com um dilema sem solução. No entanto, não foi assim que Mordecai pensou. Ele conhecia as promessas de Deus, por isso tinha certeza de que, de alguma forma, o SENHOR traria o livramento.
Se a nossa vida estiver segura na esperança do evangelho, que garante a vida eterna a todos os que creem em Cristo, podemos ainda usar o provérbio popular a que fiz referência, mas desta forma: “Em Cristo, para tudo tem um jeito, inclusive para a morte”. Confiando no SENHOR, nossa esperança nunca morre, pois nossa esperança é Cristo.