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A história de Ester (24): Se não fosse o SENHOR

Recordando os perigos que enfrentara ao longo da vida, Davi não tinha dúvidas de que, somente pela proteção do SENHOR, ele obtivera vitória. Por isso, no Salmo 124, ele afirma: “Não fosse o SENHOR, que esteve ao nosso lado, Israel que o diga; não fosse o SENHOR, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, e nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós; as águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente; águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma” (Salmos 124.1–5).

Por tudo o que sabemos da história, a participação de Mordecai e da rainha Ester foi determinante para o final feliz. Desconhecer esse fato seria cometer uma tremenda injustiça para com esses heroicos judeus. Pondo em risco as próprias vidas, eles decidiram agir em favor do seu povo. Apesar disso, os obstáculos que se levantavam diante deles eram tamanhos, que jamais teriam sido transpostos sem a ajuda do Céu. A reversão do decreto que regulamentava o extermínio do povo judeu, por exemplo, não era coisa simples. Ao contrário, era algo extremamente difícil, pois exigia que fosse contornado o tradicional sistema jurídico do Império Persa. Além disso, não podemos nos esquecer de que, acima da própria lei, estava o imprevisível coração do rei Assuero. 

A história é muito clara em mostrar que as coisas que mais favoreceram Mordecai e Ester aconteceram sem que eles tivessem qualquer participação. O que eles poderiam fazer para garantir a insônia do rei na noite anterior ao banquete em que Ester iria, finalmente, interceder por seu povo? Quem, com inteligência e sagacidade, poderia coordenar os eventos de tal modo que, no exato momento em que Hamã se preparava para executar Mordecai, o rei se preparava para honrá-lo? As circunstâncias, o tempo e o modo são simétricos demais para ficarem a cargo dos homens.

O autor do livro de Ester constrói sua narrativa de um modo que o leitor, ao tomar conhecimento dos fatos, possa reconhecer que somente ao SENHOR deve ser dado o crédito pelo livramento do povo. É certo que, nessa história, há outras pessoas que desempenham um papel importante. No entanto, Deus é o principal protagonista. Realmente, se não fosse o SENHOR, a noite de tristeza jamais teria se transformado em uma manhã de sorriso. 

Por intermédio do profeta Jeremias, o SENHOR disse: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jeremias 9.23–24). 

De fato, não existe sabedoria, força ou riqueza que possam ser comparadas ao valor do conhecimento do SENHOR. Somente Ele é o Deus da misericórdia, do juízo e da justiça. Se tivermos tal conhecimento, os nossos olhos serão abertos para perceber a verdade que o pecado retira do nosso campo visual. Assim, conhecendo e prosseguindo em conhecer a Deus, seguiremos nossa jornada até o dia em que, na glória eterna, poderemos repensar a nossa história e afirmar com convicção: “Eu jamais teria me livrado da perdição eterna, se não fosse o SENHOR”.