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A história de Ester (26): Para Deus não há impossíveis

Pouco depois que os israelitas haviam saído do Egito, encontraram-se em uma dificílima situação que poderíamos chamar perfeitamente de um beco sem saída. Atrás, o exército de Faraó; ao lado, o deserto; e, à frente, o Mar Vermelho. Em desespero, o povo começou a murmurar por achar que não haveria escape. Naquela ocasião, a única certeza era a de que nada poderiam esperar, senão a morte. 

A situação dos judeus na época da rainha Ester não era diferente. Por todas as estimativas possíveis, não havia como escapar da morte. É certo que o antissemitismo era uma realidade no Império Persa, porém, naquele momento, o perigo era muito maior, pois um decreto assinado pelo rei Assuero determinava a data precisa do genocídio dos judeus. E, como era bem conhecido, uma lei assinada pelo rei não podia ser revogada. 

Quando, depois de denunciar a trama maligna de Hamã, Ester se apresentou perante o rei, para interceder por seu povo, apesar da disposição do rei em atendê-la, o tempo e o modo eram inimigos da rainha. O decreto autorizando a morte dos judeus já tinha sido assinado pelo próprio rei. Certamente, enquanto Ester prosseguia na sua missão de buscar o favor do rei, ao mesmo tempo, devia estar lutando internamente com seus próprios pensamentos, esforçando-se para acreditar que algo ainda poderia ser feito.

Não podemos saber se Ester e Mordecai tinham noção da solução que o rei iria propor: a publicação de outro decreto, autorizando aos judeus que se defendessem, caso fossem atacados. Depois da história passada, é fácil visualizar a solução. Mas lembremo-nos de que nem Ester, nem Mordecai, nem o próprio rei podiam imaginar, de antemão, o que fazer para livrar o povo daquela provação impossível. Mordecai, no início da história, mostrava-se confiante no livramento. Contudo, quanto à forma de como se daria, ele não tinha a menor ideia. Somente o Guarda de Israel sabia como Seu povo seria livre da morte.

Na Bíblia, com frequência, vemos situações em que Deus mesmo conduz Seu povo por caminhos difíceis e provações aparentemente insuportáveis. São, nesses momentos, entretanto, que Ele se manifesta de maneira impressionante e, apesar do mar à frente, Ele diz ao Seu povo que marche. A ordem, a princípio, parece não ter o menor sentido até que molhemos os pés na água, e o mar se abra milagrosamente.

Como o anjo disse a Maria, para Deus não há impossíveis (cf. Lucas 1:37). Quando Ele quer, uma virgem concebe, um mar se abre, e um pecador perdido, porém arrependido, é salvo por Sua maravilhosa graça.