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Vencendo o medo e a ansiedade (1): A incomparável bênção de um coração alegre no Senhor

O mundo está sitiado e sem uma rota de escape. O inimigo invisível, ameaçador pela letalidade e pela propaganda, segue pavimentando seu caminho com corpos abatidos e corações desmaiados. Em vão, as autoridades se debatem em busca de uma solução que, a cada dia, parece mais improvável. O presente é sombrio; o futuro, negro. A ciência está confusa, e a economia perdendo o fôlego. Estamos chegando ao ponto desesperador em que, se escaparmos da doença, possivelmente, seremos abatidos pela cura proposta. 

Nesse cenário de dúvidas apavorantes, a única certeza é que, com ou sem a COVID-19, a população, em geral, está às portas de um colapso nervoso cujos sintomas são medo, ansiedade e pânico. Tais males, já presentes entre nós antes da epidemia, agora infectam a sociedade de modo tal que não seria muito classificá-los como a pandemia da alma. Nessa condição, mais serão os vencidos pelo medo do vírus do que os abatidos pelo vírus em si.

Quando a alma está ferida, resta ao corpo pouca esperança, pois Salomão, sob inspiração divina, declarou: “O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?” (Provérbios 18.14). Salomão está afirmando que pior do que a enfermidade física é o espírito abatido. Em nossos dias, cada vez mais se fala sobre as doenças psicossomáticas. Mais e mais pessoas, visivelmente abatidas, lotam os consultórios médicos, as quais, depois de repetidas consultas e de uma infinidade de exames, não conseguem detectar qualquer doença física. O sofrimento é real, mas a sua causa está no homem interior. Clinicamente, a pessoa está bem. Seu sofrimento é consequência do abatimento do espírito que, como disse Salomão, é um fardo insuportável. 

De acordo com o conselho inspirado de Salomão, devemos cuidar para não sermos vítimas do que poderíamos chamar de “a síndrome do espírito abatido”. E, para não sermos vítimas desse terrível mal, a melhor proteção é um coração alegre, pois, em Provérbios 15:13 está escrito: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.”  

Para alguns, falar de coração alegre em meio a toda essa pandemia pode até parecer ofensivo. De fato, esse seria o caso se estivéssemos falando de felicidade, que, na verdade, não é a mesma coisa que alegria. Felicidade está ligada às circunstâncias da vida. Alegria, pelo contrário, está ligada às razões do coração. Na Bíblia, a alegria é um fruto da ação do Espírito Santo e pode brotar mesmo no espinhoso terreno da dor, da perda, da tristeza e das más notícias. A alegria que transborda do coração e revigora o corpo nasce da fé em Cristo, a Rocha eterna e firme da nossa salvação. 

Se você ainda não teve o privilégio de conhecer o Cristo das Escrituras, essa mensagem pode parecer incompreensível. Se você, entretanto, já recebeu a graça de ouvir e de se submeter ao evangelho, você sabe que pode desfrutar da bênção de um espírito firme, mesmo diante da morte, pois, como Davi profetizou, falando sobre o Messias vindouro, especificamente sobre Sua ressurreição, você também poderá dizer: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.” (Salmo 16.11)