Vencendo o medo e a ansiedade (5): Preparando-se para ajudar os que sofrem
As notícias da pandemia atingiram Bárbara em cheio. Com a enxurrada de más notícias, essa irmã me procurou apavorada, física e emocionalmente bastante debilitada. As notícias sombrias, de perto e de longe, envolveram Bárbara de modo tal que as marcas eram perceptíveis no seu semblante abatido e nas suas palavras tristes. Tomada por incessante perturbação, ela começou a ter dificuldade de dormir, o que tornava a situação ainda mais insuportável. Era uma situação preocupante, pois Bárbara, emocionalmente, havia entrado numa espiral descendente.
Nesses dias difíceis em que o medo tem controlado a vida de tantas pessoas, certamente, muitos de nós seremos procurados por pessoas que, como a Bárbara, estão em grandes lutas emocionais e espirituais. É necessário, portanto, que estejamos prontos para ajudar por meio da Palavra de Deus, fonte pura de onde emana nossa real esperança.
Bárbara estava carregando um fardo insuportável, o sofrimento era visível e doloroso. Seu desejo era aliviar a carga sobre seus ombros. Entretanto, minha primeira providência foi aplicar o sábio conselho de Salomão que encontramos em Provérbios 18:13: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha”. Assim, nos primeiros momentos, antes de compartilhar conselhos, procurei inteirar-me precisamente da situação. Ouvindo atentamente, eu teria como conduzi-la para as verdades bíblicas pertinentes à crise que ela estava passando.
Depois de ouvir o bastante para entender bem tudo que Bárbara estava sofrendo, estava pronto para seguir, nesse primeiro encontro, falando sobre duas verdades essenciais que deveriam servir como base para nosso tempo de aconselhamento bíblico.
Primeiro, expliquei que as Escrituras iriam determinar o modo como iríamos abordar a desesperança que inundava o coração da Bárbara. Expliquei que iríamos seguir por esse caminho, porque, quando estamos lidando com crises que brotam do nosso homem interior, isto é, da nossa alma, estamos entrando em um terreno espiritual que não pode ser verdadeiramente sondado pelo conhecimento e as técnicas humanas. Se queremos ganhar entendimento do que se passa na alma, precisamos da Palavra de Deus, que é “viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12).
Para que Bárbara entendesse o motivo por que iríamos usar as Escrituras no processo de diagnóstico e cura da alma, expliquei um pouco Hebreus 4:12. Nesse texto, aprendemos que, assim como o bisturi é o instrumento que o cirurgião usa para cortar partes do corpo do paciente, a fim de identificar e extirpar os males que ameaçam a vida física, a Palavra de Deus é o bisturi divino que penetra na nossa alma, sendo capaz de discernir os pensamentos e planos do nosso coração. Nesse sentido, o coração é o centro de comando daquilo que somos. Nele se escondem nossas crenças e convicções que determinam nossos pensamentos e ações. O SENHOR Jesus disse que o que sai da nossa boca emana do coração. Além disso, mostrei à Bárbara que as Escrituras são também uma verdadeira fonte de consolo, pois o salmista declarou: “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica” (Salmo 119.50).
Esclarecer o valor e a eficácia da Palavra de Deus foi o primeiro passo. O Segundo foi mostrar que, a despeito da luta, havia esperança. Mas, sobre isso, falaremos amanhã. Por enquanto, guardemos no coração a verdade tão conhecida pelos que meditam nas Escrituras que se acham em Salmos 119:105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.”