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Vencendo o medo e a ansiedade (6): Existe esperança 

Bárbara estava perturbada não apenas por causa das dificuldades que enfrentava, mas também porque não via nenhuma luz no fim do túnel. Quando nos encontramos, sua família não estava passando por necessidades, contudo ela bem sabia que isso poderia acontecer em um futuro próximo. Para que eu entendesse bem, ela explicou: “Sinto-me como se estivesse no sopé de uma montanha que eu preciso transpor, mas não vejo como isso seria possível, pois percebo que a pilha de problemas só aumenta. A montanha parece mais alta a cada dia que passa… será que tenho como sair dessa?” 

Depois de eu ter reafirmado a importância de se analisar as lutas da alma à luz da verdade bíblica, era hora de falar sobre a esperança bíblica. Apresentei à Bárbara um texto especial que renova nossa esperança, a despeito das circunstâncias. Paulo, escrevendo à igreja de Corinto, afirmou: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Coríntios 10.13). Para que Bárbara pudesse entender bem o sentido do texto, expliquei que, na língua original, a palavra que aqui foi traduzida como “tentação”, muitas vezes, é traduzida como “provação”. Dessa forma, Paulo está dizendo que as provações que nos sobrevêm são comuns a todos os homens. Ou seja, como afirmou o SENHOR Jesus, “no mundo passais por aflições.” No entanto, embora estando inescapavelmente sujeitos à aflição, Paulo nos ajuda a recobrar o ânimo quando afirma que Deus, por ser fiel, não nos deixará passar por provações insuportáveis. Não na nossa força, que nada é, mas na força que vem do nosso fiel Pai celestial, à medida que Ele permite que sejamos atingidos por provações, Ele também providencia o livramento, de modo que possamos ser aprovados, e não reprovados, diante das lutas que enfrentamos. Bárbara precisava entender que provações, na vida de um servo de Deus, sempre têm um fim proveitoso e servem como meio de santificação, nunca são instrumento de punição. Tanto é assim que, na epístola de Tiago, está escrito: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1.2-4). 

À medida que conduzia Bárbara através da Bíblia, era óbvio que o sofrimento era real, mesmo que, em certa medida, muito era devido a sua condição emocional. Nesses casos, devemos ser sensíveis ao sofrimento da pessoa que tentamos ajudar, reconhecendo que, a despeito de qualquer coisa, o medo está causando tormento. Assim, aproveitando a analogia da montanha intransponível que foi usada pela própria Bárbara, lendo os primeiros versos do Salmo 121, eu disse: “Bárbara, entendo que seus problemas podem ser tão grandes como uma montanha que desafia suas forças. Então, imagine-se como o salmista que olhava para os montes e perguntava: “De onde me virá o socorro?” A resposta ele mesmo já nos deu quando declarou: “O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Salmos 121.2).  

Bárbara precisava reanimar-se, sendo ensinada que os filhos de Deus têm no próprio Deus sua real e infalível esperança. Para reforçar essa verdade, pedi à Bárbara para ler e meditar em Salmos 65.5, onde está escrito: “Com tremendos feitos nos respondes em tua justiça, ó Deus, Salvador nosso, esperança de todos os confins da terra e dos mares longínquos.” 

A desesperança e o medo andam juntos. Bárbara estava bastante amedrontada e, para piorar a situação, ainda se sentia culpada por estar com medo. Isso indicava que Bárbara não estava sabendo lidar com o medo. Amanhã, se Deus permitir, falaremos sobre o medo de ter medo.

A esperança existe, porque Deus é real. Assim, podemos afirmar: “Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus, a minha confiança desde a minha mocidade.” (Salmos 71.5)