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Vencendo o medo e a ansiedade (9): O descanso que Deus nos dá

Quando Bárbara entendeu que ter medo, por si só, não era pecado, o alívio foi imediato. Fiquei feliz em ver a verdade da Palavra de Deus trazendo libertação para sua alma. 

Percebendo que ela havia compreendido melhor o ensino bíblico sobre o medo, entendi que era chegado o momento de dar um passo além. Saber que o nosso Deus conhece nossas fragilidades e tem largueza suficiente para acomodar nosso medo é, realmente, libertador. Tal reconhecimento nos alivia certamente, mas não deve encerrar nossa luta com o medo. Sendo ou não culpável, o medo produz tormento. 

Para ajudar Bárbara a dar um passo além, levei-a a Mateus 11:28-30, onde o SENHOR Jesus diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” Gosto de usar esse texto com pessoas que estão atormentadas por ansiedades e preocupações que lhe consomem as forças da alma. 

Bárbara precisava de descanso no corpo e na alma. A agitação do seu coração refletia no seu corpo, que há muito sofria pela falta de uma noite de sono reparador. Era como se o corpo parasse, mas a mente continuasse agitada. Ela compartilhou como os medos que a afligiam durante o dia não a largavam, mesmo durante o sono. Inúmeras vezes, Bárbara acordava assustada e não mais conseguia voltar a dormir. Era uma situação desagradável, porém perfeitamente explicável. A alma não dorme. Se estiver agitada, o corpo estará sempre em estado de vigília, quer seja dia, quer seja noite.

As palavras de Jesus se encaixavam bem na necessidade da Bárbara. Todavia ela precisava entender que o SENHOR, ao fazer esse maravilhoso convite, também espera uma decisão vigorosa da nossa parte. Ele oferece descanso para a minha alma, mas eu, mesmo cansado, devo reunir todas as minhas forças para vir ao encontro do SENHOR. Isso significa que eu resolvo depositar somente n’Ele, toda a minha confiança. Dado esse primeiro passo de fé, o próximo é submeter-me ao jugo de Cristo. Ou seja, assumir a postura de um escravo e discípulo de Cristo. Deixar de lado as minhas ideias, convicções e raciocínios, dispondo-me a abraçar o que o SENHOR ordena. 

Há muitas coisas que podem drenar todas as forças da nossa alma. Muitas vezes, nosso cansaço é resultado da nossa própria rebeldia contra Deus. Não estando submetidos a Deus, nosso coração nos leva pelo caminho dos ímpios, que, como lemos em Provérbios 13:15, é intransitável. Mas também podemos estar cansados por termos sido atingidos pelas consequências dos pecados de outros ou pelo desgaste natural de viver em um mundo que se desintegra sob o peso da corrupção. No entanto, não importa a natureza nem a grandeza do fardo que nos esmaga. Jesus nos convida a trocá-lo pelo Seu jugo, que nos fará um aprendiz desse Mestre divino, que é manso e humilde de coração.  

Antes de encerrar, dei à Bárbara um dever de casa: primeiro, escrever Mateus 11:28-30 em pequenos pedaços de papel e colocar em diferentes locais da casa onde pudesse ser visto e lido. Podia ser na porta da geladeira, na mesa de refeições, no espelho do banheiro, na cabeceira da cama. Segundo, ao longo do dia, parar alguns momentos para ler e transformar esse texto em oração. Terceiro, antes de dormir, passar alguns momentos em meditação, induzindo a mente a pensar nesses versículos. Meditação para esvaziar a mente é um perigo. Meditar para forçar a mente a pensar nas palavras de Cristo é uma bênção. Depois, sugeri à Bárbara um “protocolo de sono”. Primeiro, desligar o celular e sair das mídias sociais antes de ir para a cama. Já deitada, iniciar o processo de relaxamento muscular, esforçando-se para respirar lentamente, sempre pensando em Mateus 11:28-30. Em seguida, pensar em pecados que deveriam ser confessados e falar com Cristo sobre seu desejo de submeter-se ao Seu jugo de obediência. Nesse momento, Bárbara deveria falar sobre algo em que ela não estava se submetendo ao jugo de Cristo. Depois, agradecer por pelo menos três bênçãos recebidas no dia que findava. E, ao final, pedir: “Senhor, Jesus, por favor, dá-me o descanso de que minha alma precisa”. Eu lhe falei que era possível que, a essa altura, o sono já tivesse chegado. Se não, que ela ficasse relaxando e pensando nas palavras de Jesus. 

Será que a Palavra de Deus pode interferir no sono? A resposta é sim. Mas amanhã falaremos sobre isso.